Maio é chamado de mês das noivas (apesar de, pelo menos no Brasil, a maior parte dos casamentos ocorrer em dezembro). A partir da sugestão de um dos leitores da coluna, José Leandro Schalanski, resolvi convocar os participantes do nosso grupo de WhatsApp para listar filmes e séries em que a cerimônia de núpcias — ou o matrimônio como um todo — tem destaque.
Vale avisar que nem tudo são flores: as dicas vão da comédia à tragédia. A única regra é que os títulos estivessem disponíveis no streaming.
Se você quiser participar do grupo de Whats, mande mensagem para o número (51) 99667-4125 solicitando seu ingresso e enviando os seguintes dados: nome completo, CPF do titular da assinatura e cidade de residência. A turma, que é exclusiva para assinantes, conversa diariamente sobre os filmes e seriados que estão assistindo. E também pode ganhar convites para sessões de pré-estreia — em abril, por exemplo, tivemos a de Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe.
O Poderoso Chefão (1972)
José Leandro Schalanski indicou o filme de Francis Ford Coppola: "No casamento da sequência de abertura, somos apresentados à família Corleone e conhecemos todo o entorno que será a base para o desenrolar da trama: a destacada preferência de Don Corleone por Michael, o destempero de Sonny ao enfrentar repórteres e policiais, o caráter coadjuvante de Fredo, os pedidos feitos a Don Corleone, que posteriormente serão cobrados em serviços... Um clássico (que ganhou três categorias no Oscar: melhor filme, ator, para Marlon Brando, e roteiro adaptado, por Mario Puzo e Coppola)". (Netflix e Star+)
Lua de Fel (1992)
Fabiano Lúcio da Silva indicou o filme de Roman Polanski: "Como a coluna é sobre casamentos marcantes, lembrei do relacionamento maluco do Oscar (Peter Coyote) e da Mimi (Emmanuelle Seigner). E o motivo pelo qual achei marcante é a justificativa do Oscar para o casamento, ao narrar a história: "Sabíamos que não alcançaríamos os mesmos extremos de paixão e de crueldade com ninguém mais. Parecíamos os sobreviventes de uma catástrofe tão terrível que criou um elo entre nós partilhado por ninguém mais no mundo". Acho que isso encaixa em muitos casamentos hoje em dia". (Disponível para aluguel em Apple TV, Google Play e YouTube)
Quatro Casamentos e Um Funeral (1994)
Marilise De Zotti indicou o filme de Mike Newell: "Um dos primeiros filmes do ressurgimento da comédia romântica nos anos 1990, com elenco talentoso e o charme do sotaque inglês. Apresentou para o mundo nomes como Hugh Grant, Andie MacDowell e Kristin Scott Thomas, sem falar na presença de Rowan Atkinson (Mr. Bean) como padre. Os quatro casamentos acontecem, mas a cerimônia mais emocionante é o funeral, quando um dos personagens recita o poema Funeral Blues, de W. H. Auden. Concorreu ao oscar de melhor filme e ao de roteiro original, escrito por Richard Curtis, o mesmo de Um Lugar Chamado Notting Hill, Simplesmente Amor, Questão de Tempo e Yesterday". (Amazon Prime Video e MGM)
Kill Bill vols. 1 e 2 (2003 e 2004)
Jonathan Specht indicou os filmes de Quentin Tarantino: "Não foi bem um casamento, mas um ensaio que terminou em um banho de sangue que apenas Tarantino consegue nos proporcionar. Toda a história de vingança da Noiva começa exatamente nesse ponto". (Lionsgate+)
Hitch: Conselheiro Amoroso (2005)
Raquel Weisheimer indicou o filme de Andy Tennant: "Fiquei um tempo refletindo até achar um filme que tivesse me marcado. E até me preocupei: as coisas ultimamente são tão fluidas, tantas séries, tantos filmes, mas poucos me marcaram nesse sentido. Então, pensando não somente na cerimônia em si, mas na busca da felicidade, lembrei do Hitch: Conselheiro Amoroso. A forma como idealizamos uma relação, uma pessoa, e como às vezes os colocamos como inalcançáveis, a ponto de procurar um especialista para ajudar, é muito atual. E sim, dividir a vida com alguém é muito mais legal! E no filme, apesar de todas as estratégias do dito "profissional" (interpretado por Will Smith), o mocinho consegue conquistar a mocinha mostrando quem ele realmente é. Achei fofo! Enfim, um filme leve, divertido. Vamos dar um tempo em temas tão profundos e respirar os ares da esperança, da leveza e dar umas boas risadas!". (HBO Max)
Mamma Mia! (2008)
Tisiane Mordini de Siqueira indicou o filme de Phyllida Lloyd: "Toda a história gira em torno do casamento da filha (Amanda Seyfried) que convida seus possíveis pais, três ex-namorados (Pierce Brosnan, Stellan Skarsgard e Colin Firth) da mãe (Meryl Streep), dona de um pequeno hotel na Grécia. Tudo é inspirado em músicas do ABBA". (Globoplay e Lionsgate+)
Game of Thrones (2011-2019)
Jonathan Specht também indicou a série baseada nos livros de George R.R,R. Martin: "Há muitos casamentos, sejam por interesse, por imposição ou mesmo por amor. No famoso Casamento Vermelho, a brutalidade de GoT escancara a sensação de que ninguém está seguro. O episódio mostra as consequências das atitudes impensadas quando somos influenciados por nossas emoções em detrimento ao nosso senso de responsabilidade. Depois, haverá outro casamento traumatizante e visualmente brutal, o de Joffrey". (HBO Max)
Relatos Selvagens (2014)
Suelen Schardong indicou o filme de Damián Szifrón: "A sequência do casamento é épica, para mim, inesquecível, porque foge muito do convencional. Como todas as demais histórias do filme, revela o absurdo de circunstâncias nas quais as pessoas são levadas ao limite, criando situações engraçadas e, ao mesmo tempo, tristes". (HBO Max)
A Teoria de Tudo (2014)
Wenceslau da Silva Nunes Neto indicou o filme de James Marsh: "Um casamento que pode não ser 'épico', mas que achei de uma grande sensibilidade, foi do A Teoria de Tudo, a cinebiografia do astrofísico Stephen Hawking (interpretado por Eddie Redmayne, premiado com o Oscar de melhor ator). Porque mesmo sabendo o destino da doença degenerativa do Hawking, a Jane (Felicity Jones) aceita casar com ele". (Netflix e Star+)
Succession (2018-)
José Leandro Schalanski também indicou a série criada por Jesse Armstrong: "O casamento da Shiv, no final da primeira temporada, evidencia as afeições de cada personagem (Logan praticamente escancara o que veríamos já no início da segunda temporada, por exemplo), as fragilidades, o resgate das brincadeiras de infância e as diferenças entre os irmãos, as intrigas, os conchavos, a propensão em cometer delitos e fazer tudo a qualquer preço". (HBO Max)
Casamento Sangrento (2019)
José Leandro Schalanski indicou ainda o filme de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett: "É uma mistura de terror e comédia que tem vários elementos para ser um ótimo passatempo. Momentos de tensão, sustos na medida, crítica social, empoderamento feminino... Todos esses elementos são coroados pela atuação magnética de Samara Weaving, totalmente à vontade e se divertindo com o papel". (Star+)
Scenes From a Marriage (2021)
Francisco José Goyer Bornéo indicou a minissérie de Hagai Levi: "Tiveram a coragem de refazer, e muito bem, um clássico do Ingmar Bergman".
O diretor e roteirista israelense encarou o desafio de modernizar a célebre série de televisão criada pelo cineasta sueco. Na nova versão de Cenas de um Casamento (1973), Oscar Isaac e Jessica Chastain interpretam Jonathan e Mira, que estão juntos há 10 anos e têm uma filhinha. Ele é professor de filosofia e passa a maior parte do tempo em casa. Ela trabalha na área de tecnologia e responde pela maior parte do orçamento familiar. Como no original, Jonathan e Mira são procurados para dar uma entrevista na condição de um casal considerado exemplar. Mas logo nos primeiros minutos da conversa, começam a aparecer fissuras e ressentimentos. Não é à toa que cada um dos episódios mostra, no início, bastidores da produção: é como se o realizador quisesse reforçar o caráter de personagem assumido pelos integrantes de um relacionamento. (HBO Max)
Dicas do colunista
O Casamento do meu Melhor Amigo (1997)
De P.J. Hogan. Julia Roberts interpreta Julianne, uma crítica de gastronomia que tem um pacto com um antigo amigo, Michael (Dermot Mulroney): caso nenhum dos dois se apaixone até completar 28 anos, eles se casam. Faltando poucos dias para o prazo se esgotar, ela recebe a notícia de que ele vai trocar alianças com a filha de um rico empresário, Kimberly, papel de Cameron Diaz. O pulo do gato é a subversão da expectativa. Inicialmente, sofremos com a decepção amorosa de Julianne, mas, no fim das contas, a suposta protagonista, vivida pela rainha das comédias românticas, é na realidade a vilã da história. (HBO Max e Netflix)
Casamento Grego (2002)
De Joel Zwick. É um dos maiores fenômenos de bilheteria nos Estados Unidos. Ao custo de US$ 5 milhões, estreou em 108 cinemas. Acabou ficando um ano em cartaz, chegou a ser exibido em 1,7 mil salas e arrecadou US$ 241,4 milhões (contando os outros países, faturou US$ 368,7 milhões). Além disso, disputou o Oscar de melhor roteiro original, virou seriado de TV e ganhou uma continuação em 2016. Assumidamente caricatural, Casamento Grego conta a história de Toula Portokalos (Nia Vardalos), mulher de 30 anos que mora em Chicago. Tímida e pouco atraente, é motivo de chacota para a própria família no restaurante Dancing Zorba's. Um dia, ela desperta a paixão de um professor, Ian Miller (John Corbett). O namoro decola, mas há um obstáculo: Ian é anglo-saxão, e o pai de Toula (Michael Constantine) quer um marido grego. (Netflix)
Os Normais: O Filme (2003)
De José Alvarenga Jr. A série de TV criada pelo casal Alexandre Machado e Fernanda Young (1970-2019) ganhou um filme de origem. Mostra como se conheceram Rui e Vani, os personagens interpretados por Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres que se celebrizaram por comentários absurdos, incomodações provocadas por coisas estranhíssimas e o jeito descontraído de encarar o amor e o sexo. Na primeira cena, no cais do porto do Rio, Rui e Vani engatam uma conversa quando ela, com seu modo peculiar de ver como funciona o mundo, anota: "Navio é um negócio muito louco. Tem tudo para afundar, mas não afunda". Depois, visitamos uma igreja, onde surge um "miniflashback gigante": Vani vai se casar com o infiel Sérgio (Evandro Mesquita), e Rui, com a mesquinha Martha (Marisa Orth). (Globoplay)
O Casamento de Rachel (2008)
De Jonathan Demme. Valeu a Anne Hathaway uma indicação ao Oscar de melhor atriz, por seu desempenho marcante como Kym, garota problemática que ganha alta temporária da clínica de reabilitação para o casamento da irmã (Rosemarie DeWitt). O encontro familiar se dá entre as faíscas de um trauma do passado, revivido em meio ao clima de celebração. Entre a crescente tensão e a redescoberta do afeto amortecido, todos ali tentam lamber suas feridas para seguir em frente. O elenco inclui Debra Winger e Sebastian Stan. Destaque para o painel multicultural encenado pelo diretor Jonathan Demme nos personagens e na trilha sonora. (HBO Max)