Eterno The Rock para seus fãs de primeira hora, Dwayne Johnson é o protagonista de Arranha-Céu: Coragem Sem Limite (Skyscraper, 2018), atração que vai dar um sentido literal à Tela Quente desta segunda-feira (22).
O filme que será exibido às 22h35min, na RBS TV, se passa em Hong Kong. Mais precisamente, em um enorme edifício de alta tecnologia. Johnson interpreta Will Sawyer, veterano de guerra e ex-líder das operações de resgate do FBI — ocupação na qual abre a trama, de forma impactante. Agora, ele é encarregado pela segurança de um sofisticado prédio na China, onde também mora sua esposa, Sarah (Neve Campbell, da franquia cinematográfica Pânico), e as crianças do casal, Georgia e Henry.
O problema é que o espigão de 200 e tantos andares vira alvo de um ataque terrorista e começa a pegar fogo. Sawyer tem de, simultaneamente, escapar das autoridades, já que é considerado suspeito, e salvar a esposa e os filhos, presos no edifício. Não à toa, o astro definiu o filme como uma homenagem aos filmes que inspiraram a ele e a sua geração com "grit, guts and heart" (brio, tripas e coração): Inferno na Torre (1974), Duro de Matar (1988) e O Fugitivo (1993).
Arranha-Céu foi escrito e dirigido por Rawson Marshall Thurber (que em 2021 voltaria a comandar com Johnson no fraco Alerta Vermelho, com Gal Gadot e Ryan Reynolds). O filme oferece 100 minutos de adrenalina para quem gosta de ação impossível — com muita destruição e muita vertigem. Também é inteligente ao apresentar uma situação ou uma coisa aqui para retomar lá na frente. Ou seja, o espectador tem um referencial emocional, em um caso, e não acha que a solução foi tirada da cartola, no outro.
E o filme é um veículo para Dwayne Johnson, hoje com 50 anos, desenvolver mais um pouco seu carisma como herói tipo família. É uma característica que o ex-lutador vem trabalhando desde que trocou os ringues de luta livre pelo cinema. Seu primeiro papel de destaque foi o de um vilão, o Escorpião Rei de O Retorno da Múmia (2001), mas sua popularidade foi capaz de gerar uma aventura solo do personagem no ano seguinte.
Johnson é um dos atores mais rentáveis de Hollywood na atualidade. Somados, seus filmes já arrecadaram mais de US$ 12 bilhões nas bilheterias, com destaque para os cinco segmentos da franquia Velozes e Furiosos, na qual interpreta Luke Hobbs, os dois Jumanji e o desenho animado da Disney Moana, no qual empresta a voz para o grandalhão Maui. Em outubro, ele será visto como o protagonista de Adão Negro, mais um filme de super-herói baseado nos quadrinhos da DC.
Mercado chinês
Se Arranha-Céu olha para o passado de Hollywood na sua concepção, também mira o futuro do cinema em sua ambientação. Ao usar Hong Kong como cenário e escalar atores como Chin Han, de Cingapura, Hannah Quinlivan, de Taiwan, e o sino-americano Byron Mann, o filme é mais um passo na aproximação com o mercado asiático — especialmente o gigantesco da China. Afinal, o dinheiro está trocando de mãos na indústria cinematográfica.
Com uma população de 1,4 bilhão de pessoas e pujança financeira, a China registrou em 2019 — portanto, antes da covid-19 reconfigurar o cenário e o comportamento do espectador — arrecadação de US$ 9 bilhões nas salas de cinema, um crescimento de 5%. Os Estados Unidos (328,2 milhões de habitantes e com uma economia crescendo em ritmo inferior ao dos asiáticos) faturaram US$ 11 bilhões, mas com uma queda de 4%.
Significativamente, a lista dos 20 filmes com maior faturamento em 2019 inclui quatro títulos chineses, como o desenho animado Ne Zha, 12º colocado, com US$ 726,1 milhões, e a ficção científica Terra à Deriva, na 13ª posição, com US$ 699,8 milhões. Em 2020, muito por causa da pandemia, que impactou mais os cinemas ocidentais, um filme chinês ocupou o topo do ranking. Os Oitocentos, um drama de guerra que se passa na Xangai de 1937, durante o segundo conflito militar entre China e Japão, fez US$ 461,6 milhões. Em 2021, o segundo e o terceiro lugar ficaram com produções chinesas: o épico A Batalha do Lake Changjin (US$ 902,5 milhões) e a comédia dramática Hi Mom (US$ 822,1 milhões).
Na temporada 2022, Hollywood recuperou terreno, graças a fenômenos como Top Gun: Maverick, Jurassic World: Domínio e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Mas a sequência de A Batalha do Lago Changjin não fez feio: ocupa atualmente a sétima posição, com US$ 626,5 milhões.