Com a desistência do governo de construir as chamadas “cidades provisórias” para acomodar os desabrigados enquanto esperam pelas casas prometidas pelo governo federal, o vice-governador Gabriel Souza trabalha agora no que está sendo chamado de Centros Humanitários de Acolhimento (Chas). São versões mais compactas das cidades com até 10 mil pessoas, imaginadas inicialmente.
A ideia é construir três centros em Porto Alegre e dois em Canoas, cada um abrigando cerca de mil pessoas, em pavilhões modulados como os usados em exposições e eventos. Nesses locais as pessoas que hoje estão dormindo lado a lado em colchões em abrigos provisórios terão mais privacidade e conforto, com camas separadas por paredes modulares.
O projeto prevê alas para mulheres solteiras e mães solo, com suas crianças, separadas do alojamento dos homens sozinhos e das famílias. Cada pavilhão terá banheiros masculino e feminino (um para cada grupo de 20 abrigados), cozinha e lavanderia comunitárias, espaço para recreação das crianças, fraldário, centro de atendimento médico e área para cursos de formação, além de espaço para animais de estimação.
O vice-governador planeja contratar o mesmo órgão das Nações Unidas (ONU) que cuida dos abrigos para venezuelanos em Roraima, já que não tem como contar com voluntários para administrar esses espaços.
Em Porto Alegre, estão previstos três Chas, que ficarão prontos 15 dias após a assinatura do contrato: no Porto Seco, no Centro de Eventos Ervino Besson (Vila Nova) e no Centro Vida, que hoje tem o maior abrigo provisório da Capital. Em Canoas serão dois: um no estacionamento da Faculdade de Veterinária da Ulbra e outro no Centro Olímpico. Na Ulbra ficarão as casinhas da ONU, que se destacam pela montagem rápida. Canoas receberá mais cem casas do tipo contêiner, mobiliadas e com banheiro.
Para Eldorado do Sul, o governo planeja alugar 250 casas do tipo contêiner. Como toda a área central do município é alagável, a ideia é instalar essas casas provisórias no distrito de Parque Eldorado, distante cerca de 30 quilômetros.
Nas duas cidades o aluguel social ficou inviabilizado pela falta de imóveis disponíveis.