Quem circulou pelo Acampamento Farroupilha nesta terça-feira (12) chuvosa ouviu manifestações de preocupação por parte dos acampados com a possibilidade de suspensão do tradicional desfile no dia 20 de setembro. Convenhamos que não há clima para desfilar nossas façanhas com vários municípios em situação de emergência ou de calamidade pública. Não se trata da questão de custos, que é irrelevante, mas de respeito às vítimas.
A comissão responsável pelos festejos certamente encontrará respaldo da população para suspender o desfile neste momento em que Muçum, Roca Sales e municípios vizinhos ainda estão enterrando mortos, limpando as casas que sobraram ou olhando para os escombros e planejando a reconstrução.
A melhor coisa que os tradicionalistas podem fazer neste momento é acatar a sugestão de fazer cavalgadas solidárias, levando doações para os que tudo perderam. A coluna agrega outra ideia que não anula as cavalgadas solidárias nem desmerece as homenagens à Revolução Farroupilha: que os homens e mulheres acampados formem grupos e se revezem para passar um dia como voluntários, cozinhando, ajudando na limpeza e, principalmente na reconstrução.
Quem constrói um piquete em poucos dias pode contribuir com seus conhecimentos para ajudar a consertar casas que ainda podem ser habitadas, mas precisam de reparos.
Não há clima para festa no Rio Grande do Sul. Neste momento, cidades do sul do Estado, marcantes na Guerra dos Farrapos, estão sofrendo com alagamentos e com a perspectiva de ampliação do número de desalojados.
Eventos bem menos divertidos foram adiados nos últimos dias pelo entendimento de que não é hora de comemoração. Dois exemplos: a Fecomércio transferiu o ato de plantio de uma sequóia lunar (as sementes viajaram pelo espaço na missão Apolo 14) e o PP adiou para o dia 18 a posse de seu presidente, Covatti Filho, que estava marcada para 11 de setembro.