Em visita programada ao Rio Grande do Sul ainda antes da enchente no Vale do Taquari, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, se reuniu nesta segunda-feira (11) com o governador Eduardo Leite para tratar das ações de auxílio e resgate às vítimas da tragédia. Paiva e o comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, ouviram de Leite o pedido para que o Exército aumente o número de soldados na região para atuar na logística.
— Foi pedido apoio em termos de logística, porque tem muitos voluntários que se apresentam no feriado e, a partir de agora, eles começam a trabalhar, então têm de sair. A gente vai reforçar as equipes de logística com gente nossa — explicou Paiva à coluna, sem explicitar qual será o contingente do reforço.
Nesta terça-feira (12), Paiva deverá sobrevoar e visitar em terra as áreas atingidas pela enchente. Cerca de 900 militares já estão empenhados em diferentes funções no Vale do Taquari, incluindo a limpeza e desobstrução das ruas com maquinário pesado e a organização das doações. Além disso, oito helicópteros das Forças Armadas estão sendo utilizados na busca às vítimas e aos corpos.
— Ainda tem vários corpos. Eu repito, o que aconteceu lá em Mariana, os bombeiros ficaram lá vários meses depois (do deslizamento) tentando buscar até o último corpo. Esse processo não é rápido, vai demorar ainda — avalia o general Hertz.
Além das ações no Vale do Taquari, o Comando Militar do Sul mantém o alerta para a situação na Metade Sul, Campanha e Fronteira Oeste, onde também há risco de temporais e elevação dos rios. Por isso, o envio de reforços à região de Lajeado dependerá da demanda pelo auxílio dos militares nas outras regiões do Estado.
Questionado pela coluna sobre a possibilidade de o Exército assumir obras de reconstrução das rodovias arrasadas pela enchente do Rio Taquari, o general Paiva observou que os batalhões de engenharia não ficam "em reserva" e já estão atuando em diversas obras pelo país, como a duplicação da BR-116 entre Guaíba e Pelotas.
O comandante disse que o Exército pode ajudar se for requisitado, o que ainda não ocorreu, mas o auxílio dependerá da disponibilidade e do aporte de recursos para as obras.
— Se eu tiver disponibilidade, pode ser uma solução para cooperação. Agora às vezes é mais rápido para o governo do Estado ou governo federal fazer uma licitação emergencial, alguma ferramenta para que a reconstrução seja mais rápida.