
O chefe da Polícia Civil no Rio Grande do Sul, delegado Fernando Sodré, afirma que a corporação não deve investigar responsabilidades pela enchente que atingiu municípios do Vale do Taquari, deixando ao menos 46 mortos. Ele disse que autoridades vinculadas à área ambiental e de desastres foram ouvidas nos últimos dias. Entendeu-se que não houve nenhum fator externo que pudesse ter contribuído para a tragédia no RS, motivo pelo qual nenhuma investigação foi aberta.
— Seria o caso (de abrir investigação) desde que houvesse elementos concretos que apontassem para algo que não fosse a força da natureza. Fizemos contatos com várias autoridades vinculadas à área ambiental, área de desastres em geral, para verificar se havia alguma possibilidade de algo que não fosse fruto da natureza — explicou Sodré.
O questionamento foi feito durante entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, na tarde desta segunda-feira (11). Desde a enchente, postagens nas redes sociais, inclusive feitas por prefeitos, questionavam sobre uma possível abertura de comportas em barragens no Rio das Antas. No entanto, as estruturas não possuem essas comportas que poderiam mudar a vazão, conforme anunciou o governo na semana passada.
O chefe de polícia ainda afirmou que se encarregou, pessoalmente, de ouvir os especialistas.
— Realmente se trata de uma questão ambiental mesmo, excesso de água, de chuva. Então essa preocupação, por ora, se não surgir elemento novo, e creio que não vá surgir, está descartada. Trata-se de questão da força da natureza — completou o delegado.
Desde sábado (9), os agentes que estão na região passaram a apurar a lista de desaparecidos, que oficialmente conta com 46 nomes, mas apresenta divergências em relação a outros levantamentos. Segundo Sodré, algumas das pessoas foram encontradas com vida, em casa de familiares, mas os dados serão divulgados assim que forem contabilizados.