A convenção nacional do MDB decidiu dar mais um empurrãozinho para tentar aprovar a aliança com o PSDB no Rio Grande do Sul. Além de a convenção aprovar uma moção ratificando o que já era a orientação da executiva, o presidente do partido, Baleia Rossi, fez um discurso em favor do que chamou de “união do centro democrático”:
— Quero mandar um abraço a todos os gaúchos, que estão muito bem representados aqui. A gente reafirma o nosso indicativo de mantermos o centro democrático também no Rio Grande do Sul. Nós sabemos da grandeza do MDB, nós sabemos da força do MDB, mas aprovamos uma moção para que o MDB, na sua convenção, que será democrática, possa fazer uma reflexão para que a união com o PSDB e o Cidadania também ocorra no Rio Grande do Sul.
A decisão a ser tomada no próximo domingo (31) pelo MDB gaúcho não tem impacto na aliança nacional, com os tucanos, sacramentada na convenção que escolheu Simone Tebet como candidata a presidente. O que ainda não está definido é se o candidato a vice-presidente será o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ou outro nome do Nordeste, região considerada estratégica para encorpar a candidatura. Tasso é o preferido do MDB.
Se tivesse um candidato minimamente viável, é improvável que o PSDB aceitasse apoiar Simone, depois de ter vencido a eleição no primeiro turno em 1994 e 1998 e chegado ao segundo turno em 2002, 2006, 2010 e 2014. As quatro derrotas para o PT, somadas ao escândalo que acabou com o sonho presidencial de Aécio Neves (MG) e ao fiasco de 2018 aniquilaram com o projeto de poder do PSDB.
A prévia realizada no ano passado, que poderia ter sido o trampolim para uma candidatura competitiva, mergulhou o PSDB em uma crise profunda. Vitorioso, o ex-governador João Doria não conseguiu se viabilizar e teve de desistir. Eduardo Leite, que perdeu a prévia, tentou se cacifar, mas era tarde demais e acabou optando por concorrer a governador, mesmo tendo prometido que não faria isso.
A situação do MDB no Rio Grande do Sul não é diferente. Se tivesse um candidato minimamente viável, jamais o partido pensaria em abrir mão da cabeça de chapa, ainda mais para o adversário que lhe tirou o Piratini em 2018. A verdade é que o MDB não tem. Gabriel Souza é um jovem promissor, mas sem aliança, sem dinheiro com um tempo mínimo de TV, não tem como se viabilizar. É por isso que cresceu o apoio à aliança com o PSDB, com a provável indicação de Gabriel para vice de Leite.
PDT mantém candidatura de Vieira da Cunha
O PDT vai referendar na convenção de sábado (30) a candidatura do ex-deputado Vieira da Cunha a governador.
A decisão foi tomada no início da noite desta quarta-feira, em reunião ampliada da executiva, que analisou a proposta do MDB de indicar o vice. Os trabalhistas não quiseram pagar para ver se o MDB terá candidato e mantiveram a candidatura própria, até para garantir um palanque sólido para o candidato a presidente Ciro Gomes.
O PDT deixará a vaga de vice em aberto para o caso de surgir uma aliança de última hora.