Agentes da Polícia Federal estão em imóveis do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (18). O presidente do PSDB foi acusado pelo dono do grupo JBS Joesley Batista de lhe pedir dinheiro em meio às investigações da Operação Lava-Jato. O valor de R$ 2 milhões foi rastreado e chegou ao senador Zezé Perrella (PMDB-MG). A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo Tribunal Federal afastou Aécio do Senado.
Andreia Neves, irmã de Aécio, e Altair Alves, ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também são alvo da operação. Ela foi presa
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Na capital fluminense, carros com agentes saíram da sede da PF, na zona portuária, por volta das 5h30min em direção a três endereços: o apartamento do senador tucano no bairro de Ipanema; em Copacabana, onde a irmã dele tem um apartamento; e na casa de Altair Alves, conhecido por ser braço direito do ex-deputado Eduardo Cunha. Os mandados foram autorizados pelo STF.
A Polícia Federal cumpre ainda mandado de busca e apreensão nos gabinetes de Aécio e Zezé Perrella no Senado.
Em nota divulgada na noite de quarta-feira, a assessoria disse que o Aécio está "absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários".
Além de flagrar Aécio, Joesley, dono do maior grupo de produção de proteína animal do mundo, gravou o presidente Michel Temer dando aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha. Ele disse à PGR que fazia pagamentos para evitar que o ex-deputado falasse o que sabe a investigadores. O deputado deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que teria sido indicado pelo presidente Michel Temer para resolver uma pendência da empresa no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), também foi afastado pelo STF.
A operação foi denominada pela Polícia Federal de Patmos – uma referência a ilha grega onde o apóstolo João teria recebido mensagens do apocalipse.
*ZH e Estadão Conteúdo