Para não dizer que pararam de procurar parceiros para uma coligação, os presidentes do MDB, Fábio Branco, e do PDT, Ciro Simoni, e os pré-candidatos de seus partidos, Gabriel Souza e Vieira da Cunha, tiveram novo encontro nesta terça-feira (26). Mais uma vez, foi uma conversa cordial, que terminou sem qualquer avanço, apesar de o discurso oficial ser de que seguirão dialogando.
A conversa não evoluiu por vários motivos. O primeiro deles é que Gabriel nem sabe se o MDB aprovará a candidatura própria ou a aliança com o PSDB na convenção do próximo domingo (31). A tendência, hoje, é aprovar a aliança com o ex-governador Eduardo Leite. O PDT reúne seus delegados na véspera (30) para homologar a candidatura de Vieira e dos deputados estaduais e federais. Ainda não há um nome para o Senado.
O MDB propôs ao PDT indicar o vice de Gabriel, no caso de a convenção optar pela candidatura própria, e inverter a chapa em 2026. Essa incerteza tem afastado potenciais aliados, que não querem fazer um acordo sujeito a virar pó no dia 31.
Mesmo sem convicção de que a aliança pode prosperar, Ciro Simoni convocou uma reunião ampliada da executiva estadual do PDT para esta quarta-feira (27), às 18h. Repete, assim, o gesto que teve com Beto Albuquerque, de quem recebeu proposta semelhante, vetada pela executiva.
Para além da insegurança sobre o que o MDB vai decidir domingo, uma aliança entre os dois partidos esbarra em outros obstáculos. O PDT quer um palanque para Ciro Gomes no Rio Grande do Sul e o MDB tem Simone Tebet como candidata. Os dois partidos divergem frontalmente em relação a questões cruciais para o Estado, como a privatização de estatais — o MDB é a favor e o PDT é contra — e as reformas em geral.