Apesar do bom desempenho nas pesquisas e do cenário favorável com a direita dividida, a ex-deputada Manuela D’Ávila decidiu: não será candidata ao Senado. A decisão, que abre um rombo na chapa PT-PCdoB, foi comunicada ao pré-candidato do partido a governador, Edegar Pretto.
— Sei da importância da eleição e sei que contribuí em 2018 e 2020 para acumularmos forças para vivermos esse cenário mais favorável agora, mas não serei candidata. Me esforcei muito para termos um palanque único da base de Lula aqui no Estado, com Edegar Pretto, Beto Albuquerque e Pedro Ruas, mas não conseguimos.
Entre os motivos para não ser candidata, Manuela cita a violência praticada contra ela e a filha Laura, de seis anos. Mesmo contando com o apoio do marido, o músico Duca Leindecker, e do enteado Guilherme, para ser candidata, Manuela optou por seguir a carreira acadêmica (está fazendo doutorado), o trabalho no Instituto “E se fosse você?” e os livros.
— Vou ser uma militante de nossa chapa, vou estar onde acharem que posso ajudar para garantir que derrotemos o bolsonarismo lá e aqui — Manuela à coluna.
O PT ainda não sabe como preencher a lacuna. Um grupo defende esgotar todas as possibilidades de convencer Beto a ser candidato ao Senado e oferecer a vaga de vice para Ruas, mas os dois estão irredutíveis, até porque aparecem à frente de Pretto em diferentes pesquisas. O PCdoB não tem outro nome competitivo para oferecer — e nem Manuela está exigindo que o partido esteja representado na chapa.