
O presidente do MDB gaúcho, Fábio Branco, reagiu com surpresa após o comandante nacional do PSDB, Bruno Araújo, condicionar o apoio dos tucanos à candidatura de Simone Tebet (MDB) à "reciprocidade" dos emedebistas no Rio Grande do Sul. Nos últimos dias, ganhou força a possibilidade de o ex-governador Eduardo Leite voltar a concorrer ao Piratini.
Branco diz que não foi procurado por ninguém para tratar do assunto e garante que o MDB segue comprometido com a eleição de Gabriel Souza.
— Ninguém conversou comigo, ninguém falou com o partido. O que temos decidido é que o Gabriel Souza é o nosso candidato a governador. O resto é especulação ou coisas que não foram tratadas — respondeu à coluna.
Em entrevista ao Estadão, Araújo afirmou que o PSDB aceitará indicar o vice de Simone na corrida ao Planalto desde que o MDB apoie os candidatos tucanos no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso do Sul e em Pernambuco. O presidente nacional dos tucanos destacou que o partido não abre mão da "reciprocidade nos palanques regionais que são fundamentais para o PSDB".
— (...) O Rio Grande do Sul, onde a liderança de Eduardo Leite é fundamental na eleição estadual. A parceria com o MDB é vista por nós como sendo fundamental — disse ao Estadão.
A declaração de Araújo torna público que o PSDB exigirá que o MDB abra mão da candidatura de Souza em favor do postulante tucano ao Piratini, que hoje seria Eduardo Leite. Branco, no entanto, considera "difícil" que o MDB gaúcho rife a candidatura de Souza. O presidente emedebista espera ser procurado pelos dirigentes partidários nacionais nos próximos dias e diz que a decisão final caberá à Executiva do MDB.
— Eu acho difícil, porque estamos empenhados, dedicados. Temos um candidato, que é o Gabriel — frisa.
Nesta quarta-feira (25), os partidos da chamada terceira via — MDB, PSDB e Cidadania — definiram o apoio à pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) ao Planalto.
À coluna, Leite afirmou que respeita a candidatura de Souza, mas acredita em um acerto com o MDB para formar uma única chapa na disputa ao Piratini.
— Acreditamos no entendimento em nível local, a partir do diálogo com as lideranças estaduais do partido. Naturalmente, ao encaminhar aliança em nível nacional entre PSDB e MDB, devem ser discutidos os palanques regionais, não apenas em função de “contrapartida” a apoio emprestado à candidatura a presidente, mas até pelo interesse de robustecer o projeto para o país com a força de candidaturas robustas em estados estratégicos, como é o RS — avaliou.