No calendário político, o dia 2 de abril marca o início da contagem regressiva para uma das datas mais importantes da agenda eleitoral. Daqui a exatamente um ano, os atores da eleição de outubro terão de estar com os principais papéis definidos. É essa a data limite para os candidatos se filiarem ou trocarem de partido, definirem o domicílio eleitoral e, no caso dos secretários e ministros, deixarem os cargos para concorrer.
A começar pelo Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite terá de renunciar ao mandato se quiser concorrer a presidente, vice ou qualquer outro cargo que não seja a reeleição, já descartada. Se renunciar, assume o vice, Ranolfo Vieira Júnior, que sonha em ser candidato a governador, mas ainda não definiu para qual partido irá, depois de ter decidido sair do PTB.
Na aliança que vem sendo costurada entre MDB e PSDB, os tucanos não têm um candidato natural ao Piratini. O MDB tem dois possíveis nomes: o deputado federal Alceu Moreira e o presidente da Assembleia, Gabriel Souza.
As alianças regionais vão depender, em boa medida, dos arranjos nacionais. O PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato a presidente, aposta suas fichas em Romildo Bolzan para governador. Uma eventual união dos atuais pretendentes de centro, ensaiada na carta divulgada na quarta-feira (31) por Ciro, Leite, João Amoedo (Novo), João Doria (PSDB), Luciano Huck (sem partido) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) terá, naturalmente, reflexos na eleição no Rio Grande do Sul. Huck não tem partido nem cargo público, mas para ser candidato terá de se desvincular da Rede Globo.
Por ser senador, o pré-candidato do PP ao Piratini, Luis Carlos Heinze, não precisa renunciar. Se concorrer e vencer, assume o suplente, Ireneu Orth. Se for derrotado, tem mais quatro anos de mandato. A ex-senadora Ana Amélia Lemos (PP) planeja disputar o Senado, mas o deputado Jerônimo Goergen também sonha com a vaga.
O Piratini está nos planos do ministro Onyx Lorenzoni (DEM), mas, como ele e Heinze disputam a fatia do eleitorado alinhada com o presidente Jair Bolsonaro, o mais lógico é uma composição entre DEM e PP. Embora o PP sonhe com o apoio do PSDB e do MDB, a proximidade de Heinze com Bolsonaro torna essa hipótese remota.
O próprio Bolsonaro, que está sem partido desde que rompeu com o PSL, ainda não definiu por qual sigla concorrerá à reeleição. Dependendo do caminho que tomar, poderá arrastar com ele parlamentares que hoje estão no PSL. Filiado ao PRTB, o vice-presidente Hamilton Mourão é outro que terá de definir seu rumo até 2 de abril. Se quiser concorrer a governador ou a senador pelo Rio Grande do Sul, terá de transferir o título para o Estado. Hoje, seu domicílio eleitoral é Brasília e disputar o Senado pelo Distrito Federal é uma das opções.
Com o ex-presidente Lula liberado para concorrer, o PT gaúcho tentará reeditar a Frente Popular, com o PCdoB, mas esbarra na falta de um candidato natural ao Piratini. Caso escolha um prefeito como candidato, este precisará renunciar ao mandato 15 meses depois de assumir o cargo.
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