Em família que tem um deputado federal e outro estadual, até a festa de Natal tem espaço para o debate político. Foi o que ocorreu com os irmãos Luciano e Rodrigo Zucco, o primeiro tenente-coronel da reserva do Exército, deputado federal e presidente do PL em Porto Alegre e o segundo, delegado de Polícia e deputado estadual, eleito pelo Republicanos. As articulações naturalmente não começaram na noite de Natal, mas a proximidade dos irmãos faz com que cada minuto seja aproveitado para tratar dos projetos de cada um.
O delegado não pretende deixar o Republicanos, pelo qual concorrerá à reeleição, mas trabalha para garantir que o partido esteja na aliança encabeçada pelo irmão. O projeto é ter o tenente-coronel Luciano Zucco candidato a governador, com Silvana Covatti (PP) de vice e o deputado federal Marcel van Hattem (Novo) concorrendo a uma das vagas do Senado. A outra, inicialmente projetada para o deputado Sanderson, ficaria disponível para a entrada de mais um partido na coligação.
Fonte ligada aos irmãos Zucco disse à coluna que o vice-governador Gabriel Souza (MDB) procurou o delegado para propor uma aliança em 2026. Pela proposta, Gabriel seria o candidato a governador e Luciano Zucco candidato ao Senado. A resposta foi um convite para Gabriel integrar a chapa de Zucco, na condição de candidato ao Senado, o que está fora de cogitação.
Se Eduardo Leite for candidato a presidente, a vice ou ao Senado, terá de renunciar no início de abril de 2026 e Gabriel cumprirá os nove meses restantes do mandato, hipótese em que só poderá ser candidato à reeleição. Esse é o desejo dele e de Leite, que espera eleger o sucessor.
— Nunca falei com o Zucco, delegado ou coronel, sobre eleições. Mas realmente há os que defendem, tanto de um lado quanto de outro, uma aproximação entre os grupos políticos — refutou Gabriel à coluna.
A fala do vice-governador dá a entender que alguém do MDB procurou o delegado para propor a aliança. Gabriel acrescenta que há muita ansiedade nessas conversas:
— Nada vai ser definido antes de 2026, o que não significa, claro, que não possamos conversar sobre o tema.