Viajando com o inimigo
O coronavírus viajou no avião presidencial. No retorno do presidente Jair Bolsonaro dos Estados Unidos, o secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com a covid-19.
Todos os integrantes da comitiva entraram em quarentena e foram submetidos ao teste e, por volta do meio-dia de sexta-feira, Bolsonaro anunciou que o dele deu negativo.
O deputado Eduardo Bolsonaro informou que não está com o vírus. O teste do general Augusto Heleno também deu negativo.
Atos suspensos
Demorou, mas o presidente acabou reconhecendo que os atos marcados para 15 de março deveriam ser repensados, embora tenha reafirmado apoio às manifestações. Imediatamente, os organizadores decidiram suspender o protesto, convocado originalmente contra o Congresso e o Judiciário.
O coronavírus também levou o PSOL a cancelar as manifestações que marcariam o segundo ano do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
No Rio Grande do Sul, o PP determinou o cancelamento de todos os atos de filiação com presença de público e o PT suspendeu a visita do ex-presidente Lula.
Acusação de fraude
Durante viagem a Miami (EUA) para encontros bilaterais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que houve fraude na eleição presidencial de 2018 e que ele venceu o pleito no primeiro turno. O presidente prometeu apresentar “em breve” provas que sustentam sua afirmação.
— Nós temos não apenas a palavra, temos comprovado, brevemente eu quero mostrar. Nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos — declarou Bolsonaro.
Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu nota que garante que o sistema de urnas eletrônicas é confiável e auditável.
O comunicado também afirma que, existindo qualquer elemento de prova que sugira algo irregular, o tribunal agirá com presteza e transparência para investigar o fato.
Regina se queima com radicais
A ala radical do governo Bolsonaro, que já estava insatisfeita com a nomeação de Regina Duarte, passou a exigir a exoneração da atriz, que tomou posse na Secretaria Especial da Cultura na semana passada.
Adepta de primeira hora da candidatura de Bolsonaro, Regina agora é chamada de esquerdista por seguidores de Olavo de Carvalho.
Em entrevista ao fantástico, a secretária classificou como “facção” os apoiadores do presidente que a atacaram nas redes sociais. No dia seguinte, levou uma carraspana pública do ministro Luiz Eduardo Ramos. Pelo Twitter, o general reiterou que “o presidente valoriza a Cultura, que deve se espelhar na família tradicional e nos princípios cristãos”.