A demora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em responder à grave acusação do presidente Jair Bolsonaro, de que houve fraude na eleição de 2018, tem uma explicação que vai além do estilo discreto da presidente, ministra Rosa Weber.
Os ministros sacaram que Bolsonaro só está jogando para a torcida e insuflando seus seguidores para esquentar a manifestação de 15 de março e resolveram não dar trela.
O TSE apenas reafirma a “absoluta confiabilidade do sistema eletrônico”. Lembra que as urnas são auditáveis e que em 20 anos de utilização jamais foi comprovada uma fraude.
O curioso é que Bolsonaro reclama de fraude numa eleição em que saiu vitorioso, além de ajudar a eleger governadores, deputados e senadores de escassa expressão política.
Se tem, de fato, provas de irregularidades, por que não as apresentou até agora, já que reclama desde 2018?
Para não jogar o país na recessão
Com a justificativa de que não se pode “ajudar o governo a jogar o Brasil numa recessão”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu que o Congresso não entre em conflito com o Executivo.
Antes de se reunir com o governador de São Paulo, João Doria, Maia disse que não vai “jogar lenha nessa fogueira” porque isso vai “colocar mais brasileiros na pobreza, tirar mais crianças das escolas e gerar mais brasileiros trabalhando com subempregos, sem carteira assinada e sem proteção social”.
Para Maia, os conflitos entre os poderes tiveram parcela de culpa no crescimento de 1,1% do PIB em 2019, percentual bem inferior aos 2,5% inicialmente projetados.