O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Instalado em 1995 para lembrar dos gaúchos que sofreram com a ditadura militar, o Monumento aos Mortos e Desaparecidos está em estado de abandono. Localizado na esquina das avenidas Ipiranga e Edvaldo Pereira Paiva, a estrutura de metal está completamente pichada e com partes deterioradas e corroídas pela ferrugem.
O autor da obra de 5,5 metros de altura e que completa 30 anos em 2025 é o artista gaúcho Luiz Gonzaga, vencedor de concurso público da prefeitura em 1994 para a construção da peça. Em uma placa instalada na parte de trás do monumento, Gonzaga gravou o nome de 20 vítimas do Rio Grande do Sul listadas pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, instituída em 1995.
"É preciso manter sempre viva a memória dos fatos e evidenciar a resistência contra tudo que desrespeite e fira a dignidade do ser humano", diz frase assinada pelo autor e gravada na estrutura.
Na segunda-feira (31), quando o golpe de 1964 completa 61 anos, a deputada Maria do Rosário (PT) organiza uma manifestação com parlamentares, ativistas e artistas em frente ao monumento. O ato está marcado para o meio dia, com objetivo de marcar a data e chamar atenção para a conservação da obra.
— A obra de arte com tão forte significado deveria ser motivo de orgulho para a consciência nacional e dos porto-alegrenses, dever de todos os governantes zelar por sua existência. No entanto, encontra-se atualmente em avançado estado de deterioração e abandono, com risco de ruir, não havendo nenhuma medida do poder público municipal para conservá-lo e permitir, até mesmo, a sua visitação — relata a deputada.
A Secretaria Municipal da Cultura é responsável pela manutenção e conservação das obras públicas. À coluna, a assessoria da pasta afirmou que a restauração do Monumento aos Mortos e Desaparecidos está "colocada na lista de prioridades". O restauro será realizado pela equipe do Patrimônio Histórico e Cultural da SMC.