O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O governador Eduardo Leite começará a semana tendo em mãos a tarefa de tomar a decisão mais importante, até aqui, do recém-iniciado ano de 2020. Após receber os cálculos da equipe técnica da Secretaria da Fazenda sobre o impacto do reajuste de 12,84% do piso do magistério nos subsídios do novo plano de carreira, caberá ao governador dar a palavra final sobre o futuro do projeto que tramita na Assembleia Legislativa e que deve ser votado na última semana de janeiro.
O mais provável é que o governo opte pela adoção, em 2020, da tabela projetada para 2021, com um ajuste de centavos para o primeiro nível. Por essa lógica, o salário dos professores em início de carreira passaria para R$ 2.886,15 e poderia chegar a R$ 5.047,07 na última faixa (doutorado).
Se insistir em uma proposta que obrigue o pagamento de completivo para que todos os professores tenham remuneração equivalente ao piso, o governo inviabilizará a aprovação no Legislativo. Ciente disso, caso opte por não corrigir a tabela, o mais provável é que Leite arquive a discussão sobre o projeto e que a carreira dos professores continue como está, com os atuais triênios e avanços por tempo de serviço.
Líder do governo na Assembleia, o deputado Frederico Antunes (PP) reconhece que não há a mínima chance de os deputados aprovarem uma tabela que nasce defasada. Com um calendário de reuniões com a base aliada prevendo encontros na terça, quarta e quinta-feira (este último, com o governador), Frederico defende que a nova proposta seja definida o quanto antes, para que faça parte das discussões com os aliados:
– É importante apresentar a modificação no início da semana para que todos tenham tempo para analisar antes da convocação extraordinária – ressalta.
O governo pretende concluir até a sexta-feira (17), a negociação com os deputados aliados sobre as alterações nos textos dos projetos que estão na Assembleia. Apenas com a certeza de aprovação é que o Piratini levará todas as propostas do pacote à votação no final do mês.
Aliás
Caso a discussão sobre o plano de carreira dos professores vá para o arquivo e a estrutura atual não seja alterada, 29 das 36 faixas salariais do magistério precisarão receber o completivo para que a remuneração chegue ao valor do novo piso nacional.
Equipe completa
Para fazer um balanço das atividades do governo em 2019 e projetar o ano de 2020, o governador Eduardo Leite convocou uma reunião com o secretariado para terça-feira (12). Além de todo o primeiro escalão (inclusive a secretária de Relações Federativas, Ana Amélia Lemos, que virá de Brasília), adjuntos e diretores participarão do encontro, no Centro Administrativo Fernando Ferrari.
Deputados e coordenadores de bancadas que integram a base aliada do governo na Assembleia também foram convidados para o compromisso, que deve durar pelo menos três horas. A previsão é de reunir mais de uma centena de pessoas.