O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A pouco mais de duas semanas da data prevista para o início da votação dos projetos que integram o pacote que altera as carreiras e a Previdência do funcionalismo estadual, os articuladores do Palácio Piratini já traçaram um calendário de reuniões envolvendo deputados, secretários e até o governador Eduardo Leite. A sequência de encontros mesclará o esclarecimento de dúvidas sobre os projetos com negociações para evitar defecções na base aliada e viabilizar a aprovação das matérias.
Na primeira discussão, realizada nesta quarta-feira (8), os deputados da base agendaram uma série de compromissos para discutir o pacote até a votação. O próximo encontro acontece já nesta quinta (9), com a presença do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, do líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes, e dos secretários Otomar Vivian (Casa Civil), Leany Lemos (Planejamento) e Marco Aurelio Cardoso (Fazenda). Foram convidados deputados da base aliada e do partido Novo, além dos respectivos coordenadores de bancada.
Na ocasião, serão discutidos exclusivamente os projetos de lei complementar (PLCs) 504 e 506, que tratam, respectivamente, das novas alíquotas previdenciárias de servidores da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros e de mudanças nas regras do estatuto dos militares.
Os outros cinco projetos do pacote — entre eles, o que modifica o plano de carreira do magistério — serão tratados em outros dois encontros semelhantes na terça e quarta-feira da próxima semana (dias 14 e 15), na Assembleia.
Para a quinta-feira (16), está agendada a última reunião dos aliados com Leite, no Palácio Piratini. Neste dia, o governo pretende bater o martelo sobre quais projetos serão votados na convocação, a ordem de votação e possíveis emendas a serem apresentadas, em conjunto, pelos integrantes da base.
Além das agendas coletivas, Frederico e Otomar receberão, em separado, bancadas consideradas estratégicas para a aprovação, como PP e MDB. Conversas individuais com deputados também acontecerão a partir desta quarta-feira.
A convocação extraordinária para a votação do restante do pacote será formalizada no dia 21 de janeiro, com sessões marcadas para o período entre 27 e 31 de janeiro. Pelo calendário mais otimista dos aliados de Leite, o primeiro texto da pauta – a proposta de emenda à Constituição, que precisa de 33 votos para ser aprovada - começará a ser analisado no dia 28, à tarde.
Nesta quarta, o governador Eduardo Leite se reuniu pela primeira vez com os aliados em 2020 e pediu que todas as sete propostas que o governo não conseguiu aprovar em dezembro sejam votadas na convocação extraordinária.