Reação entre aliados e adversários
A decisão do governador Eduardo Leite de reservar R$ 55 milhões do orçamento de 2020 para emendas dos parlamentares (R$ 1 milhão por parlamentar) dividiu a Assembleia Legislativa. Aliados e adversários criticaram a iniciativa, apresentada pelo Piratini como uma forma de valorizar a representação política.
As bancadas do MDB, do PT, do PSL, do PSOL e do Novo fecharam questão contra as emendas. O projeto do orçamento foi protocolado com previsão de déficit de R$ 5,2 bilhões, acima da expectativa inicial de R$ 4,3 bilhões.
O aumento do déficit se deve à revisão dos indicadores de crescimento do PIB em 2020 e à correção das despesas dos outros poderes em 4,06%, determinada por liminar do Tribunal de Justiça.
Para onde vai o dinheiro do Banrisul?
Se for bem-sucedida a operação de venda de ações do Banrisul, o dilema do governador Eduardo Leite será decidir qual das duas promessas de campanha descumprir: a de colocar os salários em dia ou a de não usar no custeio o dinheiro obtido com desestatizações. Todos os sinais são de que Leite já fez a opção por pagar as folhas atrasadas, alegando que herdou esse passivo.
Um movimento encabeçado pelo presidente da Assembleia, deputado Luís Augusto Lara (PTB) dará respaldo ao governador para pagar as contas. Nesta quinta-feira (12), Lara reuniu entidades que representam os servidores para defender a tese de que os salários e a área de saúde devem ser prioridade.
Mais quatro dias para Mourão
Submetido à quarta cirurgia para corrigir sequelas da facada que sofreu em 6 de setembro de 2018, o presidente Jair Bolsonaro precisou ampliar em quatro dias o prazo de afastamento das funções e só deve reassumir a Presidência na próxima terça-feira (17).
A previsão inicial era de que o vice-presidente Hamilton Mourão ficasse no cargo até sexta-feira (13). Agora, ficará até segunda (16).
Ainda não está definido se o presidente conseguirá participar da Assembleia-Geral da ONU, na próxima semana.
Filho volta a causar polêmica
Segundo filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) voltou a causar polêmica ao publicar um comentário nas redes sociais dizendo que "por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos".
A afirmação foi repudiada pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O vice-presidente Hamilton Mourão disse que as declarações eram problema de Carlos e que a democracia é um dos pilares da civilização ocidental.
Diante da repercussão negativa, o vereador esclareceu que o objetivo do comentário era pedir calma aos eleitores de Bolsonaro nas cobranças por mudanças.
Preocupação com aposentadorias
Dados divulgados na segunda-feira (9) pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Carlos Eduardo Duro, no ato de abertura de uma inspeção de rotina do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelaram preocupação com a falta de servidores diante da combinação entre o déficit já existente e os novos pedidos de aposentadoria.
Duro informou que hoje o TJ atua com três quartos da força de trabalho. Faltam 2,2 mil servidores e 190 juízes. A preocupação do desembargador aumenta diante da iminência de mais 1,2 mil servidores se aposentarem até 2020, temerosos de sofrer algum prejuízo com a reforma da Previdência.
No Executivo, a situação não é diferente. Por falta de recursos, há vários anos o governo não vem repondo os servidores que se aposentam. No primeiro semestre deste ano, 2,7 mil funcionários do Executivo passaram à inatividade. Desses, cerca de 2 mil são professores.
Hoje, há 6,4 mil servidores recebendo auxílio permanência, o que significa que estão em condições de se aposentar a qualquer momento. Outros 900 devem atingir o tempo necessário até o final de 2019.