Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, completa na próxima sexta-feira (24) um ano à frente do governo.
E que ano! Ele assumiu o comando do Reino Unido depois de um mandato cai não cai de Theresa May, cujo fim fora anunciado várias vezes até sua renúncia. No governo, Boris conseguiu o que nenhum outro político alcançava: um acordo com a União Europeia para a saída honrosa do bloco. Mais: em dezembro, levou o Partido Conservador à vitória sobre os trabalhistas. Se o primeiro ano de mandato terminasse em 31 de janeiro, com a concretização do Brexit, o jogo estava ganho. Mas o coronavírus estava à espreita.
Quando a pandemia chegou ao arquipélago de Sua Majestade, o premier apostou na estratégia de imunidade de rebanho, na contramão da maioria dos países da Europa. As estatísticas explodiram – hoje, a nação é a sexta do mundo com maior número de casos.
O lockdown veio tardiamente, só em 23 de março. Menos de duas semanas depois, o próprio Boris lutava pela vida na CTI do Hospital St. Thomas. Recuperado graças a um “enfermeiro português e a uma enfermeira neozelandesa”, que estiveram ao seu lado “durante 48 horas, quando as coisas poderiam ter ido por um outro caminho”, mudou o discurso contra a covid-19. Destoou de outros políticos nacionalistas, como Donald Trump e Jair Bolsonaro, que negaram a gravidade do vírus. Boris encarou a pandemia, recolocou a ciência no centro das decisões, apertou o confinamento e começa a conduzir a reabertura.
Há 10 semanas, ele e a noiva Carrie Symonds receberam o filho, Wilfred. Nesta segunda-feira (20), às vésperas de completar um ano em Downing Street, visitou uma escola para anunciar um fundo de financiamento para a educação. No campo externo, fala grosso com China e com Rússia. Em 365 dias, sai com imagem mais fortalecida, ainda que arranhada, do que muitos outros líderes na Europa e além.