Só há um país com mais membros do alto escalão de um governo com coronavírus do que o Brasil: o Irã dos aiatolás.
Enquanto aqui são 16 pessoas do círculo próximo do presidente Jair Bolsonaro com o vírus (o mais recente foi o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência), no país persa, são pelo menos 27 políticos ou diplomatas.
Lá, foi diagnosticado com o vírus inclusive o vice-ministro da Saúde, Iraj Harirchi, chefe da força-tarefa de combate à doença. Ele havia tentado minimizar o perigo imposto pela epidemia, durante coletiva de imprensa em Teerã.
No Irã, também a vice-presidente da Mulher e de Assuntos Familiares, Massoumeh Ebtekar, foi diagnosticada com o novo coronavírus. Massoumeh é conhecida por ter atuado como tradutora durante a crise dos sequestros na embaixada dos Estados Unidos no Irã, em 1979, crise diplomática que durou 444 dias.
Além deles, pelo menos 23 membros do parlamento foram diagnosticados com o vírus. Um ex-diplomata, Hadi Khosroshahi, 81 anos, importante teólogo que foi embaixador do país no Vaticano por uma década, morreu em decorrência de pneumonia causada pela covid-19. Um dos principais conselheiros do líder supremo da nação, aiatolá Ali Khamenei, também morreu. Mohammad Mirmohammadi, 71 anos, tinha a função de resolver disputas entre o chefe religioso e o parlamento. Ele teve contato com Khamenei dias antes de morrer.
Segundo o balanço mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Irã tem 16.169 casos de coronavírus. São 988 mortos.