Ainda que não se saiba até o momento as causas do incêndio na histórica catedral de Notre-Dame, nesta segunda-feira (15), em Paris (França), eram conhecidos os problemas estruturais do templo.
Em 2017, uma reportagem do The New York Times já alertava para a necessidade de reformas na edificação:
"Gárgulas quebradas e balaustradas caídas foram substituídas por canos de plástico e tábuas; arcobotantes estão escurecidos pela poluição e corroídos pela água das chuvas; pináculos são suportados por vigas, presas por cordas", alertava o texto.
Especialistas afirmavam que, embora não houvesse risco de colapso, a Notre-Dame havia chegado a estágio crítico.
— Há uma necessidade real de uma reforma urgente — disse à época Michel Picaud, que lidera a Amigos da Notre-Dame de Paris.
Construída nos séculos 12 e 13, Notre-Dame recebeu uma das suas reformas mais significativas entre 1844 e 1864, quando os arquitetos Jean-Baptiste-Antoine Lassus e Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc refizeram o pináculo e os arcobotantes e acrescentaram vários ajustes arquitetônicos.
Essa restauração veio após décadas de negligência e danos parciais nas mãos dos revolucionários franceses, e foi motivada em parte pela publicação de O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo, em 1831, que expôs o estado decrépito do edifício.
O templo passava por reformas. Segundo os bombeiros, o incêndio pode estar relacionado com as obras.