Nesta quinta-feira recheada de declarações ministeriais sobre cortes de gastos, o dólar voltou a subir de forma acentuada. Fechou com alta de 1,89%, para R$ 5,587, perto da próxima barreira, a de R$ 5,60. A bolsa, que vinha resistindo melhor à inquietação fiscal, também caiu para o nível de 127 mil pontos.
O que está na mira do mercado é o anúncio de bloqueios e contingenciamentos para este ano, que precisa ocorrer na próxima segunda-feira (22).
A expectativa no mercado é de uma soma de ao menos R$ 10 bilhões, mas não está claro onde será possível fazer esse ajuste.
Antes da reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) que prepararia o anúncio de segunda, houve uma discussão específica entre Lula e a equipe econômica sobre a vinculação de benefícios previdenciários ao salário mínimo.
Na saída, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente havia autorizado “uma ou outra” medida adicional ao prometido “pente-fino”. Antes, a colega do Planejamento, Simone Tebet, já havia afirmado que não haveria cortes em saúde e educação, nem no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A diferença entre bloquear e contingenciar
Contingenciamento: necessário para cumprir a meta fiscal anual de déficit zero, com intervalo de tolerância de 0,25% do PIB, para cima ou para baixo.
Bloqueio: exigido para cumprir o limite de despesas definido no arcabouço fiscal, que prevê aumento máximo de 2,5% ao ano, descontada a inflação.
As projeções sobre a necessidade de corte em 2024
Para alcançar o déficit zero: R$ 57,7 bilhões até o final do ano
Para ficar dentro da margem de tolerância (déficit de 0,25% do PIB): R$ 28,9 bilhões até o final do ano