Nas contas da área de macroeconomia do Itaú Unibanco, se a PEC de Transição ficar pouco acima de R$ 100 bilhões, a taxa básica de juro pode começar a cair em agosto de 2023, e já com corte de 0,5 ponto percentual.
No entanto, essas projeção depende de desidratação extra da proposta na próxima semana na Câmara dos Deputados. Na conta, ressaltou o economista-chefe do banco, Mario Mesquita, entram todas as "gavetinhas" da PEC, como a que libera recursos não procurados de abonos de PIS/Pasep.
– A projeção básica é de que a inflação caia e o Banco Central inicie corte de juro em agosto. Esperamos ter mais clareza sobre os rumos das políticas fiscal e econômica do novo governo. Por ora, esperamos queda de juro a partir de agosto – disse Mesquita em conversa com um grupo de jornalistas na manhã desta sexta-feira (9).
A coluna quis confirmar se, com um PEC maior, essa data também muda, e Mesquita ponderou:
– Depende de quão maior vai ficar. Se for muito maior, vai ter mais estímulo fiscal, e quanto maior o fiscal, menor deve ser o estímulo monetário. Nesse caso, é bem pausível que o início do corte no juro tenha de ser postergado.
Com Mesquita já integrou a diretoria do BC, a coluna perguntou o que espera da primeira troca de governo com manutenção do presidente da instituição, fruto da autonomia aprovada em 2021.
– Vemos todo esse frisson, essa ansiedade do mercado sobre o futuro ministro da Fazenda. Imagina se envolvesse também com toda a diretoria do Banco Central. Seria um estresse adicional. A autonomia é um ganho institucional bastante relevante. Com maior ou menor entusiasmo, é aceito pelas principais forças políticas do país. Não há sinalização do governo eleito de rever essa legislação. Já se fala até que Lula gostaria que o Roberto Campos Neto ficasse mais quatro anos. Para o BC e para o país, seria fantástico se ele aceitasse.
Curiosidade: na conversa pela internet, Mario Mesquita já estava preparado para a torcida, usando uma camiseta polo azul da Seleção.