As temperaturas acima dos 25°C dos últimos dias fizeram com que reaparecesse um velho conhecido desta época do ano em Caxias do Sul: o escorpião.
Foi a gata da professora Maria Pereira que acusou a presença do aracnídeo dentro de casa, preso ao fio do ar-condicionado. A incidência do bicho da classe dos artrópodes, animal da mesma classe da aranha, aumenta no verão por conta dos dias quentes e úmidos que facilitam sua reprodução.
Antes de garantir que o animal não picasse ninguém, Maria o fotografou para compartilhar com os vizinhos que ficassem atentos:
— É a segunda vez que acontece. Enviei no grupo do condomínio, para que as outras pessoas também soubessem. Matei ele e joguei fora. Só que continuei preocupada de ter mais e ir para dentro de casa, nas roupas e nos calçados.
O receio da moradora do bairro Presidente Vargas é compartilhado pela Vigilância Ambiental em Saúde, que monitora a presença de escorpiões na cidade e, só no ano passado, teve 58 solicitações para verificar a presença do animal. Neste ano já foram duas, e em 2023 foram 69 chamados.
São em média escorpiões com cerca de cinco centímetros e que costumam aparecer à noite. De acordo com a médica veterinária da Vigilância Adriana Rhoden, as espécies identificadas em Caxias do Sul causam acidentes leves, com dor e inchaço no local da picada e geralmente não evoluem para casos mais graves.
— Nós temos já mapeados os pontos de ocorrência de escorpiões aqui na cidade. Quando há um avistamento, a pessoa mesmo faz a captura, ou faz uma foto. A partir disso, orientamos quanto à prevenção de acidentes e também às formas de controle.
Como prevenir acidentes
:: Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas.
:: Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada.
:: Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos numa faixa de um a dois metros junto às casas.
:: Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo.
:: Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea.
:: Como muitos destes animais apresentam hábitos noturnos, a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se as soleiras das portas e janelas quando começar a escurecer.
:: Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques.
Em caso de picada:
:: Limpar o local com água e sabão.
:: Aplicar compressa morna no local.
:: Procurar orientação imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência).
:: Atualizar-se regularmente junto à Secretaria de Saúde do Estado para saber quais os pontos de tratamento com o soro específico em sua região.
:: Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde.
E atenção:
:: Não amarrar ou fazer torniquete.
:: Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência de infecções.
:: Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada.
:: Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina ou querosene, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.