Enquanto porta-vozes do novo governo afirmam que os futuros ministros só estão na cabeça do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e só devem ser formalizados no início de dezembro, seguem as especulações sobre nomes e cargos.
Uma das mais recentes é a escalação do vice-presidente eleito e coordenador da transição pelo lado vencedor, Geraldo Alckmin, para o Ministério de Indústria e Comércio, que deve ser recriado.
Durante a campanha, Alckmin foi o grande responsável por reconstruir a ponte entre empresários e Lula. Promoveu jantares, encontros mais reservados e, não por acaso, também foi escalado para atrair esse segmento em Porto Alegre. Mesmo com poucos rostos conhecidos de negócios, o jantar no Hotel Plaza São Rafael foi uma oportunidade para o então candidato a vice dar pistas tranquilizadoras sobre a agenda econômica do governo.
O candidato derrotado, Jair Bolsonaro, também havia se comprometido com esse pedido dos empresários em reunião com a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras). No dia seguinte à vitória de Lula, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) afirmou que pretendia propor, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), "a criação do Ministério da Indústria", pela "centralidade que este setor tem em qualquer processo de desenvolvimento".
Na eleição de Bolsonaro, uma das cobranças do empresariado era o enxugamento do número de pastas, que chegou a 37 no governo Dilma. O candidato que prometia apenas 15 teve de elevar o número a 22 às vésperas da posse. Na campanha, Lula prometeu quase um ministério por dia a públicos diferentes. Conforme interlocutores, o número final deve ficar entre 33 e 34, sem contar secretarias especiais. Com tantos furos no teto feitos com baixo número de estruturas administrativa, aparentemente a quantidade já não é um problema.