O abre-alas do South Summit já está formado com a escolha das startups que vão disputar a competição final, mas o primeiro evento internacional de inovação de Porto Alegre tem uma "velha guarda" de respeito: muitas empresas tradicionais dão sustentação à busca por novidades.
Além de trazer representantes de empresas que são quase desconhecidas - um dos papéis desse tipo de evento é dar visibilidade a pioneiros —, a lista dos participantes também tem seus "consagrados".
Estão entre os palestrantes representantes de gigantes internacionais, como Dell e Oracle, nacionais, como Cyrela, Dasa, DrogaRaia e Arezzo, e estatuais, como Gerdau e Randon. Para além dos gigantes, haverá presença de muitas empresas tradicionais gaúchas, como Saque e Pague, Viação Ouro e Prata e Mercur.
O que isso quer dizer? Mostra que o universo da inovação, que já popularizou nomes como o da Stone, em todo o país, e da Warren, ainda mais conhecida no Estado, que nasceram desse ecossistema mas hoje se "autoexplicam", virou alvo de atenção da parte mais estabelecida da economia.
A coluna justifica a escolha da palavra "autoexplicam": como mantém a seção Negócios de Futuro (com ênfase para a preposição "de", não "do") há muitos anos, várias vezes teve de explicar, afinal, o que fazem esse novos empreendedores cujo modelo pouca gente entendia. Nem todos os que passaram pelo espaço seguem na mesma iniciativa, mas a percepção da sociedade, nesses anos, mudou: de algo incompreensível, as startups passaram a ser desejáveis e, mais ainda, cobiçadas.
Sozinha, a disrupção não significa, necessariamente, solução — às vezes, pode criar apenas um problema novo —, mas sem a disposição de inovar é mais difícil de dar o salto para a próxima fase da economia. Essa é a combinação ideal: uma estrutura sólida e capacidade de "pivotar" (mudar tudo drástica e repentinamente, como se diz no ecossistema de inovação).