A compra das instituições sob o guarda-chuva da americana Laureate no Brasil, entre as quais, UniRitter e Fadergs, ajudou a ampliar a receita da Ânima Educacional em 44,2% no primeiro semestre deste ano, de R$ 1,001 bilhão, em relação a igual período de 2020, quando foi de R$ 694,8 milhões.
O lucro líquido ajustado cresceu 31,3% no semestre, também na comparação com o primeiro de 2020, para R$ 75,1 milhões. Depois de muitas reviravoltas, a Ânima arrematou o pacote em maio deste ano.
Na avaliação da Ânima, o segundo semestre ainda é "desafiador" no cenário macroeconômico, com "efeitos persistentes da pandemia de covid-19", mas a empresa já vê "sinais encorajadores", como a recuperação do PIB e a confiança dos principais setores. Por isso, projeta a retomada nas atividades presenciais no formato de "rotação por estações", ou seja, gradual e ainda híbrida.
LINHA DO TEMPO
Meados de julho de 2020: o grupo Ser Educacional publica fato relevante em que informa sobre a disposição de compra da Laureate no Brasil. Fontes do mercado apontam interesse também da Cruzeiro do Sul, que na época não tinha ações negociadas na bolsa.
13 de setembro: em comunicado conjunto, em pleno domingo, Laureate e Ser informam ter fechado acordo por R$ 4 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão em dinheiro.
14 de setembro: como o acordo anunciado tem cláusula que permite à vendedora avaliar ofertas maiores, a Yduqs (ex-Estácio) anuncia interesse em fazer "proposta melhor".
7 de outubro: a uma semana do prazo final, dois outros grupos apresentam propostas, Yduqs e Ânima.
21 de outubro: a Laureate afirma que a melhor oferta é a da Ânima, mas a Ser Educacional consegue uma liminar contra o o negócio com a concorrente.
27 de outubro: a Ânima comunica que a Laureate aceitou sua proposta de R$ 4,4 bilhões, dos quais R$ 3,8 bilhões em dinheiro, R$ 623 milhões em dívidas, e mais potenciais R$ 203 milhões relativos a vagas em cursos de Medicina pendentes de aprovação.
28 de outubro: a Ser Educacional informa que a revogação da liminar que havia obtido, em troca da abertura de um processo de arbitragem.
30 de outubro de 2020: a Ser Educacional anuncia o fim de disputas jurídicas e arbitrais, e que terá direito de compra das duas universidades gaúchas, além de uma instituição carioca.
12 de maio de 2021: o Cade aprova a venda das unidades da Laureate para a Ânima.
13 de maio de 2021: a Ânima libera apresentação ao mercado com detalhes do negócio que incluem as duas universidades gaúchas.