No ano passado, o braço de distribuição da CEEE teve o maior prejuízo de sua história, quase 60% acima do pior resultado registrado até então. As perdas ao longo de 2020 chegaram a R$ 1,62 bilhão, quando no ano anterior haviam sido de R$ 1,08 bilhão.
Com esse resultado, acumula-se mais de uma década de prejuízos da estatal privatizada no dia 31 de março, por R$ 100 mil, mais transferência de R$ 4,1 bilhões em passivos.
Os dados a que a coluna teve acesso não estão completos, mas estão em fonte confiável: o site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O material completo ainda não foi disponibilizado na página de relações com investidores da companhia. Até a manhã desta segunda-feira (5), só estão disponíveis os dados do trimestre passado, que já não eram bons.
Só no primeiro semestre de 2020, o prejuízo já havia quase empatado com o do ano anterior, encostando em R$ 1 bilhão, o que fez o presidente do Grupo CEEE, Marco Soligo, dizer a investidores que a CEEE-D estava "quebrada". Esse resultado levada o prejuízo acumulado da CEEE-D a um total de R$ 5 bilhões. Agora, são R$ 5,6 bilhões.
No caso de 2020, a maior causa do prejuízo foram as despesas financeiras de R$ 1,36 bilhão, que responderam por quase a totalidade das perdas da CEEE-D. Mas também há sinais de problemas operacionais, porque a receita total da estatal de distribuição, de R$ 3,51 bilhões, foi menor do que o custo dos serviços vendidos, que alcançou R$ 3,57 bilhões. Desse total, R$ 2,75 bilhões foi o custo da energia elétrica fornecida (a CEEE-D é uma espécie de intermediária: compra a eletricidade que entrega em casas e empresas), e R$ 826,85 milhões, o custo da operação.
A série histórica das perdas
Prejuízos anuais da CEEE-D (em R$ milhões)
2010 211
2011 203
2012 221
2013 229
2014 445
2015 514
2016 527
2017 88
2018 989
2019 1.076
2020 1.622