O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Funcionários da Ceitec seguem em tentativa de evitar a liquidação da companhia. Nesta segunda-feira (20), a ACCeitec, que representa os empregados, teve reunião com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Porta-voz da entidade, Julio Leão estima em dois a três meses o prazo para buscar reverter a liquidação, antes de possível decreto presidencial.
– Estamos propondo alternativas que não são iguais à decisão do governo. Precisamos fazer com que as receitas e as despesas da empresa batam. Apresentamos propostas de redução de custos, ampliação de faturamento e ganho de agilidade. Como podemos fazer isso? Com readequação da fábrica e da gestão, além de reposicionamento de mercado – diz Leão.
Na semana passada, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) formalizou ao presidente Jair Bolsonaro a decisão de liquidar a Ceitec. A medida foi publicada no Diário Oficial da União. O texto indica que o PPI "opina favoravelmente pela dissolução societária" da companhia pública.
Ou seja, o documento serve para reforçar a posição do órgão a respeito do futuro da empresa. A partir de agora, as discussões do governo têm de avançar até uma definição de Bolsonaro.
O PPI também recomenda ao presidente a "publicização" de atividades da Ceitec. A expressão, na prática, representa a possibilidade de criação de uma organização social (OS) – tipo de associação privada que pode receber subvenção do Estado para prestar serviços.
Nesta segunda-feira, senadores e deputados também participaram da reunião sobre os rumos da companhia. A ACCeitec considera que a empresa, apesar dos prejuízos, é estratégica para o Estado atrair investimentos privados e reter talentos.