O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O debate sobre o futuro da Ceitec ganha novos capítulos no Rio Grande do Sul. Nesta segunda-feira (13), representantes dos funcionários da empresa pública, políticos e lideranças de parques tecnológicos avaliaram, em encontro virtual, o possível rumo das operações. Os senadores Lasier Martins (Podemos), Luis Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT) participaram da videoconferência.
Na reunião, a Associação dos Colaboradores da Ceitec (ACCeitec) manifestou contrariedade à proposta do governo Jair Bolsonaro de liquidar a companhia da área de microeletrônica, que desenvolve itens como chips em Porto Alegre. Para o porta-voz da entidade, Julio Leão, é um erro considerar só números negativos de balanços financeiros na hora de definir o futuro das operações.
Doutor na área de microeletrônica, Leão argumenta que a companhia é estratégica para atrair investimentos privados e reter talentos no Estado.
– A Ceitec é um pilar do desenvolvimento. É estratégica. O investimento retorna por outros meios, com a vinda de outras empresas e empregos de qualidade para cá – relata Leão.
A intenção do governo de liquidar a companhia foi anunciada em junho pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar. Na ocasião, o secretário afirmou que a Ceitec "onerava o cidadão pagador de impostos", diante dos sucessivos prejuízos.
– Para fazer o desligamento de equipamentos da Ceitec, não é só tirá-los da tomada, como uma televisão. Há gases tóxicos. Teria de vir uma empresa do Exterior para fazer isso. Custaria de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões. Nossa sugestão é pegar esse dinheiro e distribuí-lo na Ceitec – pontua Leão.