As perspectivas criadas em torno da flexibilização do isolamento social em vários países na Europa e também nos Estados Unidos deram combustível à reação do preço do petróleo. A cotação do barril tipo WTI atingiu US$ 37 negativos (o vendedor paga ao comprador) há apenas um mês, diante dos sinais de esgotamento da capacidade de armazenagem de óleo cru.
Em pouco mais de 30 dias, o valor virou para US$ 34 positivos. Variou mais de US$ 70 nesse período. Ao monitorar uma cotação menos volátil e ainda mais importante, a do tipo brent, é possível identificar movimento semelhante.
O petróleo saiu, literalmente, do fundo do poço: retomou os US$ 35,13 na sexta-feira passada. O site do principal jornal econômico dos Estados Unidos, The Wall Street Journal, tinha como manchete ontem quase a expressão de um desejo: "o pior do fechamento provocado pelo coronavírus pode ter ficado para trás". Nos EUA, já existe reação na compra de passagens aéreas, reservas de hotéis e até de pedidos de hipotecas. O fundo do poço do petróleo deixará cicatrizes na economia americana, mas a virada do petróleo, caso se sustente, permite sonhar com recuperação igualmente veloz.
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