Sem grandes avisos, como permitem as regras atuais da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para pequenas operações, o Banrisul vendeu nesta segunda-feira (8), 2.056.962 ações Preferenciais Classe B (PNB), um residual de 1,02% desse tipo de papel que representa 0,50% do capital social total da instituição. Descontada a comissão, o resultado para o Estado foi de R$ 49,27 milhões. Todos os recursos devem ir para o Tesouro, para bancar compromissos do governo gaúcho.
As ações foram vendidas por valor unitário de R$ 24,10, depois de um período de forte valorização iniciado em novembro do ano passado, quando eram cotadas abaixo de R$ 19. A venda do residual foi realizada depois de o preço atingir a máxima, de R$ 26,50 no dia 15 de março.
Com o leilão desta segunda-feira, o governo do Estado vendeu todas as PNBs que ainda detinha. Das ações preferenciais (que não dão direito a voto, portanto não somam para a manutenção do controle público do banco), só sobraram 751.479 classe A (PNAs). Caso queira zerar essa posição, há uma última chance de "passar nos cobres" esse bloco. Depois, só restarão as ordinárias, que asseguram ao Estado do Rio Grande do Sul o comando do banco.
São 201.225.359, 98,9% desses papéis.
A operação desta segunda-feira é do mesmo tipo efetuado por duas vezes no ano passado, tanto com ações preferenciais quanto ordinárias: baixo volume, com finalidade de arrecadação. O risco de repetição desse mecanismo é transformar o Banrisul em caixa automático do governo do Estado, e ir perdendo valor gradualmente.