O maior argumento dos militares para reagir a sua inclusão na reforma da Previdência é o de que integrantes das Forças Armadas não se aposentam, entram na reserva. Em tese, isso inclui a convocação, embora rara. Por isso, os benefícios recebidos depois de sair da ativa são considerados “proteção social”, não Previdência. Além de ser motivo de resistência à inclusão na reforma, essa particularidade dificulta acesso a dados comparáveis, de forma transparente, aos dos servidores civis e trabalhadores da iniciativa privada.
E com o discurso de são dados relacionados à segurança nacional, o Ministério da Defesa não informa números exatos de militares na ativa e na reserva. Mesmo assim, cruzando dados da Previdência e da Defesa – dada a dificuldade, o grau de precisão não é o ideal – o que é possível perceber é que é o regime específico que menos contribui com seu próprio financiamento. Isso equivale a dizer que é onde o rombo é mais profundo, proporcionalmente.
É por isso – agravado pelo atentado ao discurso “quem ganha mais, paga mais” que as informações vazadas pelo governo de que não haverá teto para benefícios das Forças Armadas – seguirão recebendo vencimentos integrais – foram mal recebidas. Se era balão de ensaio, quebrou no caminho.