A coluna imaginou que outubro poderia deixar saudade, mas o comportamento do mercado no primeiro dia de novembro indica que o "rali Bolsonaro" ainda não terminou. A bolsa operava em alta no final da manhã, mas quando o juiz Sergio Moro confirmou sua decisão de aceitar o superministério da Justiça e da Segurança, o Ibovespa deu um salto. Subiu mais de mil pontos em uma hora, partido de pouco mais de 87 mil para acima de 88 mil. Ruma, aparentemente, para o recorde de pontuação, de 87.652.
Em outubro, a bolsa acumulou alta de quase 10%, enquanto o dólar teve queda de 7,8%. O desempenho é tão fora do normal no país, e tão distanciado da realidade da atividade produtiva que se assemelha a uma certa exuberância irracional. Mesmo assim, a participação de Moro no futuro governo Bolsonaro é vista por investidores e especuladores como uma espécie de chancela para o discurso anticorrupção do presidente eleito, além de um reforço institucional depois de uma campanha marcada, várias vezes, pelo flerte com o discurso autoritário.
Na área econômica, ainda resta mal-estar da primeira manifestação do indicado para o superministério da Economia, Paulo Guedes, que afirmou "vamos salvar a indústria brasileira apesar dos industriais". A indicação de Moro também não representa apenas vantagens: vai permitir leituras críticas do papel do juiz até agora. Mas prevalece, neste momento, seu papel de reforço à visão garantidora da lei e da ordem que o presidente eleito representa.
Mais cedo, pela manhã, o mercado financeiro havia recebido bem, com alta mais leve na bolsa e pequeno recuo no dólar, um tuíte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a boa evolução das negociações com a China. O presidente americano afirmou que acabara de ter uma conversa com Xi Jinpig, presidente chinês, com ênfase no comércio, que estava "evoluindo bem".
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