Depois de dois dias de euforia quase irracional no mercado financeiro, o dólar voltou a subir, ainda que discretamente, e a bolsa tem baixa de 1% no final da manhã desta quinta-feira (4). O que está provocando a revisão das posições de investidores e especuladores, desta vez, não tem relação direta com a eleição à Presidência. Apesar do discurso tranquilizador do banco central dos Estados Unidos de que a alta no juro básico do país será gradual, o rendimento dos títulos do Tesouro americano com prazo de 10 anos, os chamados T-10, ultrapassaram os 3% ao ano.
Na maior parte da última década, desde a crise de 2008 provocada pela quebra do banco Lehman Brothers, essa taxa oscilou entre 1% e 2%. Voltar ao patamar de 3%, ainda abaixo da média histórica, faz parte dos investimentos financeiros que aceitam correr mais riscos em países emergentes, em troca de maior remuneração, comece a voltar para a segurança oferecida por esses títulos, chamados de Treasuries. Na manhã desta quinta-feira
(4), os T-10 bateram em 3,22%.
As bolsas europeias registram fortes baixas, especialmente na França (1,5%) e no Reino Unido (1%). A bolsa de Nova York, maior referência do mercado local, também recua, com menor intensidade, em torno de 0,8%.
Apesar de acompanhar o movimento no Exterior, o mercado financeiro no Brasil está longe de corrigir a "exuberância irracional" dos últimos dois dias, a despeito de observações como a do economista Paulo Leme, ex-diretor da Goldman Sachs no Brasil e atualmente professor visitante na universidade de Miami. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, avaliou que investidores e especuladores em ativos locais estão "grosseiramente subestimando os riscos futuros".