A terceira elevação do juro nos Estados Unidos neste ano, para a faixa de 2% a 2,25% ao ano, foi acompanhada de sinais que uma quarta alta pode ocorrer. Foi o discurso tranquilizador de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), nesta quarta-feira (26), que ajudou o dólar a perder força frente às principais moedas de países emergentes. Depois de encostar em R$ 4,01 logo depois da fala de Powell, fechou em
R$ 4,026, baixa de 1,4% em relação ao dia anterior. Além da tranquilização em relação ao juro americano, operadores e analistas passaram a relativizar resultados de tradicionais pesquisas de intenção de voto, como o mais recente levantamento do Ibope.
Ao contrário do dia anterior, quando dólar abriu em forte alta, e a bolsa, em forte baixa, para inverter as posições ao longo do dia, nesta quarta-feira (26) o câmbio perdeu força durante todo o dia, enquanto o Ibovespa teve sobe-e-desce. O índice médio das principais ações fechou relativamente estável, com leve avanço de 0,03%.
Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, que havia anunciado dias atrás que a pressão sobre a moeda americana diminuiria no Brasil com a menor especulação, destacou a relativização das pesquisas.
Constatando que o mercado está alinhado com a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), ainda que por falta de opção entre os líderes de pesquisas, Nehme pondera que a boa colocação, perto ou acima de 30%, do novo favorito em Estados populosos como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais é um dos motivos da ponderação sobre os resultados nacionais.
André Perfeito, da corretora Spinelli, avalia que o maior peso nesta quarta-feira (26) vem mesmo do Exterior. Avalia que, por ora, o mercado está precificando uma derrota do PT, não necessariamente uma vitória de Bolsonaro.