Com a confirmação dos resultados da pesquisa do Ibope de segunda-feira, 1, pelo Datafolha do dia seguinte, o mercado financeiro volta a ter um dia de euforia nesta terça-feira (3). O dólar comercial, que havia roçado os R$ 4,20 com tensão externa e inquietação com o quadro indefinido para a eleição à Presidência, é cotado a R$ 3,85, baixa de mais de 2% em relação ao dia anterior. A bolsa sobe mais 2,75%, depois de quase ter emplacado alta de 4% na véspera.
Analistas e operadores já assumiram a preferência pelo candidato que lidera as pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), que abriu vantagem em relação ao segundo colocado, Fernando Haddad (PT). Desde a terça-feira, os ativos que variam diariamente tiveram comportamento muito excepcional, refletindo o chamado "efeito Bolsonaro".
A confirmação da origem do movimento é dada pelo desempenho das ações de estatais, consideradas o termômetro do humor relacionado à eleição por refletir a expectativa de um governo mais ou menos intervencionista. As da Eletrobras, que tem um processo de privatização pendente, sobem 12% no final da manhã desta quarta-feira (3), as do Banco do Brasil avançam 8% e as da Petrobras, 4%.
Investidores e especuladores ignoram advertências de publicações e instituições respeitadas pelo mercado financeiro que advertem para o “risco Bolsonaro”, a exemplo da revista britânica The Economist e da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), que apontou no capitão do Exército um risco maior do que o representado por Haddad. Ao contrário, cria novas designações para o fenômeno, agora chamado também de "bullsonaro". Bull (touro, em inglês), é o símbolo do mercado em alta.