Como no dia anterior, o dólar comercial voltou a ser negociado abaixo de R$ 3,70 na manhã desta quarta-feira (17). Voltou a subir, mas caiu novamente e passou toda a tarde cotado abaixo do piso informal para fechar em R$ 3,682. É a menor cotação registrada desde 25 de maio, e a primeira vez desde então a encerrar a sessão abaixo da barreira psicológica. O mercado de câmbio ainda se embala no clima eleitoral, depois de pesquisas que mostraram ampla vantagem do candidato Jair Bolsonaro (PSL).
O Brasil não é visto como um país com problemas cambiais, mas tem fragilidade fiscal. Isso faz com que, apesar de não existir risco de interrupção do pagamento de compromissos em moeda estrangeira, o real também seja desvalorizado quando o risco de alta do juro nos Estados Unidos afeta países com baixo nível de reservas internacionais ou dívida elevada,
Além disso, como boa parte da valorização do real decorre da torcida aberta de investidores e especuladores por um resultado determinado da eleição, e ainda não há clareza sobre as propostas de Bolsonaro para a área econômica. Levantamento do Bank of America Merrill Lynch que circula no mercado mostra cerca de 8% de projeções de dólar inferior a R$ 3,60 no final do ano. Mas metade já estima que a moeda possa chegar ao fim de 2018 abaixo de R$ 3,80.