No dia seguinte à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, o mercado financeiro reage com ânimo cauteloso, contrastando com dias de euforia quase irracional que marcaram o chamado "rali Bolsonaro". No final da manhã de segunda-feira (29),
o dólar comercial recua escassos 0,5%, para R$ 3,64.
A moeda americana chegou a ser negociada abaixo de R$ 3,60, mas não sustentou a quebra do patamar que representa uma nova barreira psicológica. Tanto dólar quando a bolsa tem jornada bastante volátil, variações fortes nas altas e baixas, com forte movimentação de recursos. Até o meio-dia,
a bolsa já negociou R$ 8 bilhões, o equivalente a um dia inteiro sem excepcionalidades.
A bolsa de valores sobe modesto 1%, com comportamento também moderado nas ações do "kit eleições". Os papéis da Eletrobras, que chegaram a saltar dois dígitos em um dia durante o "rali Bolsonaro", sobem menos de 2%, e as da Petrobras avançam perto de 1%. As do Banco do Brasil têm alta de 4%, muito acima da média do Ibovespa.
Como analistas já previam, o efeito da vitória de Bolsonaro já estava quase totalmente "precificado", quer dizer, embutido no preço dos ativos. A partir de agora, o que investidores e especuladores vão cobrar serão sinais e anúncios de medidas do presidente eleito e de seu entorno. Como a campanha de Bolsonaro se caracterizou por declarações contraditórias, afirmações seguidas de desmentidos e propostas pouco detalhadas, há muita expectativa por definições e, especialmente, esclarecimento de ambiguidades.