Eu não tenho dúvida que a dupla Gre-Nal se fez forte porque um puxa o outro. Mas eles também se diminuem quando colocam a disputa de um clássico acima de objetivos maiores. Grêmio e Inter são maiores do que a partida entre os dois pela 11ª rodada do Brasileirão. Poupar titulares na quarta-feira (19) para o Gre-Nal de sábado (22), é mais um dos tantos pensamentos provincianos que fazem parte do nosso futebol.
O provincianismo é cultural. Vem de parte dos dirigentes, de parte da imprensa e de parte da torcida. A notícia trazida pelo repórter Filipe Duarte de que o Grêmio pode preservar titulares por causa do Gre-Nal é assustadora. Como um time que está na zona do rebaixamento e acumula quatro derrotas seguidas pode cogitar isso? Vale para o Inter também, que acaba de perder para o lanterna do campeonato.
Grêmio e Inter precisam vencer com urgência e os jogos de quarta-feira são oportunidades imediatas. No caso do time colorado, a vitória precisa vir, preferencialmente, acompanhada de boa atuação, algo que o Inter de Coudet não consegue desde o jogo contra o Palmeiras, na segunda rodada.
Aqui não diminuo a importância do clássico e considero o desgastante calendário dos gaúchos que acumulam viagens fora do Rio Grande do Sul. O que não posso é normalizar preservar jogadores por causa do Gre-Nal. Paulistas e cariocas, por exemplo, não preservam ou zeram cartões para jogar clássicos na rodada seguinte. Talvez por isso eles conquistam títulos, enquanto nossa dupla se preocupa mais em vencer a “Copa Gre-Nal”.