O substituto de Jorge Jesus que for escolhido pelo Flamengo terá pela frente um fardo gigantesco. Com um elenco milionário, o novo comandante do vestiário da Gávea terá a comparação permanente com o técnico que retornou para Portugal, onde atuará no Benfica. Se por um lado é espetacular treinar um grupo extremamente qualificado, por outro o desempenho terá que ser a altura do antigo treinador. Pressão à vista. Além de fazer a equipe carioca funcionar como uma verdadeira máquina, com todas as engrenagens funcionando em harmonia, o Mister virou ídolo da nação rubro-negra.
Os números de Jorge Jesus no Flamengo são impressionantes. Em 13 meses de trabalho, tem um aproveitamento de 81,2%. Apenas quatro derrotas em 57 partidas. Não perdeu dentro do Maracanã treinando o Urubu em 33 jogos. Patrolou adversários sem dó, nem piedade. Conquistou o Brasileirão com folga chegando a 90 pontos, 16 à frente de Santos e Palmeiras. A cada semana, o cavalinho rubro-negro dos Gols do Fantástico aparecia léguas de distância dos demais adversários.
Na Libertadores, tomou um susto e quase sucumbiu para o Emelec-EQU nas oitavas d edital. Depois acabou batendo todos os rivais, inclusive a dupla Gre-Nal, até a decisão contra o River Plate, quando conseguiu uma virada histórica e improvável com a estrela de Gabigol marcando dois gols e, três minutos. Faturou ainda os títulos da Recopa Sul-Americana, a Supercopa do Brasil e o Cariocão.
O nome de Renato Portaluppi sempre é especulado quando se fala em troca de técnico no Fla. Ao que parece, a ideia dos dirigentes do clube carioca é repetir a experiência de contratar outro técnico estrangeiro. Será que o raio cai duas vezes no mesmo lugar, de dar de novo uma liga tão forte? A relação de Jesus com o Flamengo foi uma eterna lua de mel, de uma paixão arrebatadora. O novo amor que chegará ao Rio de Janeiro vai precisar conquistar o coração da galera.