O recomeço será complicado. A noite de terça-feira (29) em Barueri mostrou que o saldo de 30 dias sem atuar e outros 12 sem treinar por causa da maior tragédia do Estado cobra preço. O Inter que perdeu para o Belgrano, em virada de três minutos, esbarrou na falta de ritmo de jogo. O que é um conceito bem amplo e abarca, por exemplo, a desconcentração no segundo gol, a falta ainda de uma sintonia fina entre seus dois atacantes, que pela primeira vez estiveram juntos, e a procura por soluções diante dos descaminhos do jogo.
Tudo isso virá com a retomada e a sequência de partidas. Mas há, ainda, um outro elemento, esse externo, que precisará ser superado sim ou sim. Me refiro ao ambiente, ao jogar longe de casa. Esse cenário será rotina até o final de julho, pelo menos. A Arena Barueri estava vazia. Havia pouco mais de 4 mil pessoas, sendo quase um quarto delas do Belgrano. Aqui está um elemento que interfere diretamente no jogo. Apesar da gentileza e da cordialidade do Palmeiras em ceder o estádio, ficou claro que será preciso o quanto antes levar jogos para lugares em que as arquibancadas estejam ocupadas e criem uma atmosfera que remeta ao Beira-Rio.
Houve elementos técnicos no jogo, evidentemente. O erro de Renê tirou o time dos trilhos. O Inter havia superado, com o gol, sua maior dificuldade neste ano, de superar defesas fechadas. Depois da virada, o time passou o segundo tempo com a bola, mas sem encontrar soluções. Sentiu a longa parada a partir da metade do segundo tempo, e as mudanças poderiam ter acontecido antes. Principalmente, a entrada de Alário. Porém, como tudo dentro de um jogo está conectado, não há como dissociar o contexto. A noite paulista mostrou que o caminho será longo. Mas ele precisa ser atravessado sem tropeços como esse diante do Belgrano.