A volta do Inter aos jogos depois da parada de um mês veio com derrota de 2 a 1 para o Belgrano, na noite desta terça-feira (28), em Barueri. No jogo, o técnico Eduardo Coudet optou por uma formação bastante ofensiva, tendo desde o início um quinteto formado por Mauricio, Alan Patrick, Wesley, Borré e Valencia. Fernando foi o único volante escalado. O Desenho Tático de GZH mostra como foi o funcionamento da equipe — e as dificuldades ao longo da partida.
Taticamente, o Inter esteve montado no sistema preferido de Eduardo Coudet, o 4-1-3-2. Com Fernando posicionado à frente da defesa, Mauricio, Alan Patrick e Wesley formaram a linha de três homens atrás da dupla de ataque, Borré e Valencia. Com a bola, o posicionamento colorado tinha Bustos avançando pelo lado direito fazendo com que Mauricio se posicionasse mais próximo de Alan Patrick. Em números, o time ficava em um 3-1-4-2.
Como o Inter se posicionava em fase ofensiva
O primeiro tempo foi todo jogado no campo do Belgrano. O time argentino se postou com uma linha de cinco defensores, tendo outros quatro jogadores à frente dela. Não havia espaços para o Inter pela faixa central do campo. O Colorado, assim, explorou os lados com Bustos e Wesley, mas teve pouca criação. A melhor chance com o time posicionado no campo de ataque veio em chute de fora da área de Mauricio, que foi defendido por Losada, aos 27 minutos.
Se estava difícil criar diante do Belgrano postado em sua defesa, o Inter chegou ao gol aos 38 minutos em um raro momento no qual o time argentino ocupou o campo colorado, após uma bola longa do goleiro Losada. A jogada começou com Rochet, que tocou para Renê. O lateral lançou Wesley às costas do ala-direito argentino Barinaga. Wesley avançou e cruzou para Borré abrir o placar. Dominando o jogo com a posse de bola perto dos 80%, o Inter chegou ao gol em um lance de transição rápida.
Gols sofridos
A formação com Fernando como único volante gerou preocupação sobre uma possível fragilidade defensiva que o Inter pudesse ter, mas os gols sofridos na derrota não se explicam pela ausência de um outro marcador no meio-campo. O primeiro gol veio de uma saída de bola colorada que teve Renê errando um passe à frente da área.
No segundo gol, o Inter estava no campo de ataque e sofreu o contra-ataque. O Colorado, porém, tinha superioridade numérica para defender, mas teve um erro na marcação de Chavarria. O centroavante apareceu às costas do Robert Renan para cabecear enquanto Renê voltou de forma lenta sem ocupar o espaço para a cobertura. O erro maior, porém, foi de Robert Renan, que até viu o argentino, mas não se aproximou do atacante para fazer a marcação.
Segundo tempo
O Inter voltou com o mesmo time para o segundo tempo. Em vantagem, o Belgrano apostou ainda mais em reduzir espaços no seu campo. Coudet fez as primeiras trocas depois dos 20 minutos, com Aránguiz e Gustavo Prado nos lugares de Robert Renan e Mauricio. Fernando, então, virou zagueiro. Doze minutos depois, Bruno Henrique entrou por Bustos, com Gustavo Prado ficando responsável por dar a amplitude pela direita.
A posse do Inter no segundo tempo foi de 74%, mas a equipe seguiu com dificuldade para entrar na defesa argentina. Uma estratégia usada foi a de buscar cruzamentos, foram 18 na etapa afinal. Apenas aos 44 que Coudet fez a quarta troca, com Alario entrando na equipe. O argentino ficou apenas seis minutos em campo e teve duas finalizações, uma delas de cabeça, deixando a sensação de que deveria ter entrado antes no jogo.
A falta de ritmo pelo mês sem jogar e toda a dificuldade enfrentada na preparação ajudam a explicar os problemas apresentados pelo Inter. Por outro lado, ter bastante volume ofensivo sem conseguir traduzí-lo em gols é algo que o Colorado já vinha passando antes do adiamento dos jogos forçado pela enchente no Rio Grande do Sul, como no empate com o Atlético-GO, no último jogo antes da parada. A missão que fica para Coudet é tentar solucionar esse déficit da sua equipe tendo pouco tempo para treinar diante de uma maratona de partidas.