Há uma discussão a ser feita no Grêmio em relação a Lucas Leiva. Com calma e parcimônia, para que não o assunto não acabe em uma batalha entre quem está contra e quem está a favor. Como, no fundo, é tudo aqui na ponta sul do Brasil. O fato é que, a partir da entrada de Lucas no time, o Grêmio precisou se reorganizar em campo e parece ter perdido o equilíbrio conquistado a ferro e fogo, rodada depois de rodada, na Série B.
Não estou dizendo aqui que a instabilidade do time é culpa de Lucas. Nada disso. Trata-se de jogador com bagagem valiosa a acrescentar. A questão é que, talvez, Roger precise promover a entrada dele no time de forma mais gradativa. Pela manutenção de uma ideia construída com dois jogadores mais móveis na frente da área e pela necessidade de readaptação de Lucas ao futebol brasileiro, depois de 15 anos de Europa, por Liverpool e Lazio.
A entrada de Lucas se deu há um mês, desde a estreia no segundo tempo contra a Ponte Preta em 23 de julho. Ele entrou no segundo tempo. Contra a Chape, na rodada seguinte, com expulsão de Bitello aos 31 minutos, ingressou para recompor setor e jogou 60 minutos.
A partir daí, foi titular, mas fez só um jogo inteiro, contra o Cruzeiro, em que alternou posições entre o meio-campo e a zaga — saiu no intervalo contra o Ituano. Com Lucas, foram duas vitórias, um empate e duas derrotas. Os últimos três resultados, com um ponto em nove, trouxeram instabilidade. Mas não é só isso: em todos esses cinco jogos, levou gols. Sete ao total, um a mais do que os seis levados no primeiro turno inteiro.
Assim, não é de estranhar a dúvida de Roger entre Lucas Leiva e Guilherme para a partida desta terça-feira. Não passa por questões técnicas de Lucas Leiva, insisto. É um jogador que agregará muito ainda.
Passa, isso sim, pelo resgate do equilíbrio e retomada de um padrão. O time vinha atuando com dois jogadores móveis na frente da área e passou a jogar com um Lucas mais fixo, que acabou tirando Villasanti do encaixe anterior, no qual virou um dos melhores do time.
ALERTA NA SÉRIE B
O Grêmio precisa retomar urgentemente seu padrão e os resultados, para se afastar da borda do G-4. Como conquistou um ponto em nove nas últimas três rodadas, permitiu que a distância em relação ao quinto lugar tenha caído para seis pontos.
Ela é larga ainda, mas vale lembrar que já foi de 10. Por isso, o jogo contra o Criciúma ganhou status de alerta amarelo. Roger precisa resgatar a percepção de que é preciso arregimentar-se outra vez para garantir acesso antes que o ambiente eleitoral contamine o vestiário.
Neste momento, o Londrina é o quinto colocado, alicerçado no ótimo trabalho de Adilson Batista e sua comissão, que tem como auxiliar o gaúcho Cyro Leães. Na minha opinião, no entanto, quem chegará com força para buscar essa quarta vaga é o Sport.
Claudinei estreou há um mês e fez da Ilha do Retiro sua fortaleza. Em quatro jogos, venceu três e empatou um. Com o novo técnico, chegaram reforços, como Vagner Love, o extrema uruguaio Lavandeira e o brasileiro Vanderson, que estava na Bulgária. Olho no Sport.