O Grêmio caminha firme para voltar à Série A. Os sete pontos em relação ao quinto colocado apontam que a regressiva para o retorno, hoje, está em 13 rodadas. Aliás, essa é a conta a ser feita pelos gremistas, a da distância para o quinto.
Como faz a sua parte, mesmo que de forma pragmática, o Grêmio mantém uma margem segura. O desafio de Roger, neste momento, é elaborar mais o jogo e encaixar as melhores peças. É nesse contexto que entra a única dúvida do momento, entre a permanência de Campaz ou a adaptação de Bitello naquela função de meia central.
O colombiano é do lugar. Embora no Tolima ele fosse um jogador mais lateralizado, era quem levava o time à frente e organizava as ações ofensivas. Só que esse Campaz ainda não desembarcou aqui. Talvez nem desembarque e confirme ser um jogador doméstico, estritamente daquele contexto em que vivia em Ibagué.
Roger tem dado todas as oportunidades e minutos, à espera de que ele desabroche e transforme a Arena em seu lugar. Campaz tem apenas 22 anos e recém fechou aqui seu primeiro ano. Decretar que ele bateu em seu teto é algo apressado. Porém, o tempo concedido por Roger a ele começa a se esgotar. Não há como sustentar por muito mais tempo suas atuações discretas em um terreno fértil como é a Série B para que um jogador privilegiado tecnicamente se sobressaia.
Nesse contexto, começa a se abrir espaço para Bitello numa função mais criativa. Bitello é a melhor notícia do Grêmio neste 2022. Surgiu como um meio-campista moderno, daqueles livres de etiquetas. Não pode ser classificado de volante, muito menos como apenas meia. É meio-campista, executa as múltiplas tarefas do setor.
Só que neste Grêmio de agosto de Roger, o triângulo do meio-campo mudou. A ponta dele não está mais na frente da sua área, mas da área do adversário. Ou seja, são dois jogadores alinhados (Villasanti e Lucas Leiva) e um à frente deles, como um meia central. Até sexta-feira (5), esse jogador era Campaz. Contra o Operário, nesta terça-feira (9), o cenário está pronto para ser Bitello. Porém, colocá-lo como centro criativo limita sua dinâmica. Sem contar que ele talvez não tenha todas as ferramentas exigidas pela função. Bitello, ali, seria mais uma acomodação de um jogador importante do que propriamente a peça que encaixa no lugar.