O Inter precisa de uma operação para resgatar das sombras um dos seus principais jogadores. Edenilson vem demonstrando uma queda de rendimento acelerada e necessita de um olhar mais atento da comissão técnica e dos responsáveis pelo futebol. Nem mesmo no período de Cacique Medina, em que alternou posições em campo, o meio-campista esteve tão apático.
Pode ser coincidência, embora eu acredite que não: a partir do episódio absurdo do vídeo com ameaças ao jogador, enviado diretamente ao celular do filho, a produção de Edenilson passou a definhar. Percebe-se uma prostração em campo. O episódio do vídeo foi destrinchado rapidamente. Descobriu-se em tempo recorde que a ameaça partiu da inconsequência de dois adolescentes que moram em Santana do Livramento. Uma brincadeira, embora não se possa tratar como lúdica uma ameaça de morte enviada ao filho de alguém.
Enfim, o fato é que mesmo o caso sendo solucionado em 24 horas, fica o saldo do estresse e da tensão a que foi exposta a família. Junte-se a isso o fato de Edenilson ver, a cada jogo, a Copa do Catar ficar, para ele, mais perto da TV de casa do que da lista de Tite. O ano começou com ele presente nas últimas três convocações da Seleção. Havia, no Inter, uma certeza de que seu meio-campista estaria no Mundial em novembro. Ainda mais diante da perspectiva, já em janeiro, de que a Fifa autorizaria o aumento para 26 nomes nas convocações. Porém, Tite fez duas convocações e praticamente definiu seus volantes para a Copa, com a ascensão de Bruno Guimarães.
Todo esse cenário parece ter esgotado mentalmente Edenilson. Acrescente-se a esse caldo a pressão existente no Inter, um clube em constante ebulição e que transborda a cada tropeço. Não foram poucos neste primeiro quadrimestre, com a queda para o Globo, na Copa do Brasil, a goleada no Gre-Nal seguida de eliminação na semifinal do Gauchão, os empates com os modestos 9 de Octubre e Guaireña, na Copa Sul-Americana.
Como um dos principais jogadores do time e, com a renovação de fevereiro, até 2024, um dos maiores salários, Edenilson é sempre um dos alvos da torcida na hora de cobrar. Diante de tudo isso, fica fácil perceber que o problema dele está longe de ser técnico ou físico. É mental. E, nesse caso, não há treino que recupere. Só paz e tranquilidade.