A crise financeira trazida pela pandemia, a perda do presidente que estava reaglutinando o clube e as questões financeira referentes ao trágico acidente aéreo de 2016 fazem a Chapecoense olhar a temporada 2021 com uma única missão: seguir na Série A.
A dívida cresceu, e não poderia ser diferente. O balanço apontou uma dívida de R$ 118 milhões, sendo que R$ 70 milhões a curto prazo, conforme mostra o jornalista Rodrigo Capello em seu blog no ge.globo. Os débitos com os familiares das vítimas foram parcelados e serão pagos até 2028. O total chega a R$ 26,4 milhões, que serão pagos a cada ano, numa média de R$ 3 milhões.
O processo de reestruturação do clube sofreu um duro golpe em janeiro. Paulo Magro, remanescente da gestão de 2016, havia assumido o clube com a missão de colocar a casa em ordem e reaproximar lideranças. O trabalho vinha em bom caminho. Mas Magro contraiu covid-19 em janeiro. Depois de duas semanas de internação, faleceu.
Para sanear as contas, a Chape investiu pouco no futebol neste ano. O grupo do acesso perdeu vários titulares, como o goleiro João Ricardo e o volante Wiilian Oliveira, que foram para o Ceará, o atacante Aylon, que se acertou com o CSA, e o zagueiro Luiz Otávio, negociado com o Bahia. O plano para 2021, ainda com Umberto Louzer, era usar o Catarinense para observar jogadores da base.
Louzer saiu para o Sport, e Mozart deu sequência. O vice estadual, porém, custou-lhe o emprego. Porém, a ideia foi mantida. O grupo atual conta com 13 jogadores feitos em casa. A busca por Jair Ventura tem esse viés, de um técnico que trabalha com jovens. Mas tem também o objetivo de fazer um time seguro na defesa e que jogue para pontuar. A taça, neste ano, tem o formato de 43 pontos.
Busca por reforços
Jair Ventura ainda espera alguns reforços, mas eles precisam ser bem garimpados. O dinheiro inexiste. Boa parte deles vieram do Athletico-PR, pela mão do coordenador de futebol, André Martins, que trabalhou na base do clube paranaense. Vieram de lá o volante Léo Gomes, o meia Ravanelli, os atacantes Fabinho e Geuvânio, o principal nome do grupo.
O clube também buscou o meia Felipe Silva, no Ceará, e o zagueiro Laércio, ex-Caxias e que estava no Santos. Há ainda apostas, como o atacante Kaio Nunes, que veio do Real, de Brasília.
A cota de TV neste ano, perto de R$ 50 milhões, contra os R$ 8 milhões da Série B, ajuda o clube a quitar parte das dívidas de 2020 com o grupo. Havia cinco meses de direito de imagem atrasados. Metade foi paga. A folha deste ano está rigorosamente em dia. Um reforço e tanto para atingir a meta da temporada, que é seguir na elite.