As conversas seguem a pleno nos bastidores políticos do Inter. O presidente Marcelo Medeiros tenta evitar uma eleição com dois candidatos dentro da gestão, dividindo o clube entre administração e futebol em um momento decisivo da temporada.
Porém, a tendência é de que isso seja inescapável. Alessandro Barcellos deve ser anunciado nesta semana como candidato de um bloco com Convergência e Inove. Alessandro virou o grande objeto do desejo dos grupos políticos — claro, à exceção do Movimento Inter Grande, de Medeiros e dono do maior número de cadeiras no Conselho.
Os líderes do Academia Colorada já alinhavaram um bloco com Convergência, parceiro na gestão atual, e o Inove, de oposição. O anúncio do programa conjunto de gestão deve acontecer nesta semana, passado o Gre-Nal. A chapa teria Alessandro como candidato a presidente. Dannie Dubin, um dos líderes do Inove, seria um dos cinco nomes a integrar o Conselho de Gestão.
Na última quinta-feira (17), Marcelo Medeiros se reuniu com integrantes do movimento Academia Colorada, que tem em Alessandro Barcellos seu maior expoente, mas participa também da linha de frente da gestão atual com o vice de marketing, Nelson Pires. Medeiros abriu conversas com os movimentos que fazem parte da atual situação em busca do que define como manutenção da "coalizão".
Além do Academia, integram o bloco o Convergência Colorada (do vice eleito João Patrício Herrmann, do integrante do Conselho de Gestão Humberto Busnello e do vice de administração Victor Grunberg) e o Inter Maior.
Nesta semana, Medeiros se reunirá também com o Convergência. O plano do presidente é convencer esses grupos a seguirem unidos e na gestão. O que parece improvável. A promessa de alternância no poder ali na frente não está fora da pauta nessas reuniões. Até porque o Movimento Inter Grande (MIG) não abre mão de lançar Alexandre Chaves Barcellos.
Divisão
O próprio MIG já se prepara para esse cenário de uma disputa com dois nomes integrantes da atual gestão. Tanto que aparou suas arestas internas e reaproximou algumas lideranças. Um grupo chamado de Confraria apresentou o nome de José Aquino Flôres de Camargo para concorrer à presidência.
Porém, não houve consenso e acirrou-se a discussão interna. Lideranças como Fernando Carvalho e Giovanni Luigi entraram em cena, e o nome de Alexandre Chaves Barcellos, o indicado por Medeiros, acabou sendo mantido, apesar de uma interrogação em relação à viabilidade de sua candidatura.
O artigo 6º do Estatuto diz que "o mandato dos dirigentes eleitos do Conselho de Gestão é de dois anos, permitida uma única recondução". Chaves Barcellos esteve como vice eleito nos dois mandados de Medeiros. Apoiadores da candidatura dele sustentam que o texto não é claro se isso se estenderia aos vices. A oposição aposta que seria extensiva aos três integrantes eleitos do Conselho de Gestão.
Eleição
A eleição está marcada para 25 de novembro, com o prazo para inscrição de chapas se encerrando no dia 25 de outubro. Será o primeiro mandato de presidente com três anos de duração, já obedecendo a uma mudança estabelecida na reforma do Estatuto, votada em novembro do ano passado.
Outra alteração que vigorará no pleito deste ano é que os cinco integrantes do Conselho de Gestão farão parte da nominada da chapa e serão eleitos. Até a eleição de 2018, apenas o presidente e os dois vices vinham das urnas — os outros dois integrantes eram indicados pelo presidente eleito.