O procurador do TJD-RS Renan Eduardo Cardoso protocolou na tarde desta quarta-feira (28) a denúncia contra o Novo Hamburgo por atos de racismo cometido por sua torcida contra o goleiro Carlos Miguel, do sub-23 do Inter. O próximo passo é o presidente do TJD, Peri Silveira, acolher a denúncia e encaminhá-la para ser julgada. A tendência é de que o caso seja apreciado pelos auditores da 4ª Comissão e entre na pauta para ser julgado na quinta-feira, dia 29.
Carlos Miguel foi alvo de gritos de "negro macaco" em Inter B x Novo Hamburgo, no domingo, pela 3ª rodada da Copa Seu Verardi. Aos 30 minutos do segundo tempo, o árbitro Marco Aurélio Nunes Magalhães parou o jogo, alertado pelo assistente Rodrigo Silveira de Vargas, e pediu providências à guarnição da Brigada Militar que trabalhava na segurança ao jogo no CT Morada dos Quero-Queros, casa do Inter em Alvorada.
O procurador baseou-se no registro em súmula pelo árbitro e também em postagem de Carlos Miguel em sua conta no Twitter, feita horas depois do jogo, para oferecer a denúncia. Pelas imagens da transmissão do jogo no site da FGF, fica impossível distinguir se os gritos partiram de uma pessoa apenas ou de um grupo de torcedores. Por isso, o goleiro e o trio de arbitragem devem ser ouvidos.
Caso se confirme que os atos racistas partiram de um grupo de pessoas, o Novo Hamburgo poderá ser punido com a perda de três pontos. Se ficar comprovado que foi uma ação isolada, o clube pode levar multa de R$ 100 a R$ 100 mil, conforme o artigo 243g do CBJD.